OMS diz que falta de respeito com as parteiras tem que acabar

14 de outubro, 2016

Organização Mundial da Saúde também quer eliminar a discriminação e o assédio; agência pede que países reconheçam “o papel vital das parteiras para a sobrevivência de mães e de bebês”; pesquisa revela cultura de isolamento.

(Rádio ONU, 14/10/2016 – acesse no site de origem)

A Organização Mundial da Saúde, OMS, fez a primeira pesquisa global com parteiras de 93 países. Participaram 2,4 mil profissionais, que completaram um questionário online preparado em conjunto com a Confederação Internacional das Parteiras.

A pesquisa revela que muitas profissionais enfrentam “isolamento cultural” e recebem baixos salários. Um quinto das participantes da pesquisa dependem de outras fontes de renda para sobreviver, o que acrescenta mais pressão e exaustão na rotina.

Assédio

As longas horas de trabalho afetam suas famílias: um terço das parteiras explicaram que não têm opção, a não ser deixar suas próprias crianças sozinhas quando vão trabalhar.

A maioria relatou sofrer assédio, falta de segurança e medo da violência. O desrespeito no local de trabalho tem impacto negativo na autoestima e na capacidade de fornecerem cuidados de qualidade para mães e bebês.

Sem Discriminação

Outro problema é a falta de acesso ao ensino, para que desenvolvam suas habilidades, e ao apoio legal. Ao divulgar os resultados da pesquisa, o diretor de Saúde Materna da OMS, Anthony Costello, declarou ser hora “de reconhecer o papel vital das parteiras para a sobrevivência de mães e de bebês”.

A OMS quer o fim da discriminação, do assédio e da falta de respeito às parteiras do mundo. A agência da ONU defende que as profissionais tenham melhores condições de trabalho, incluindo salários mais adequados, seguro saúde e previdência.

Por ano, mais de 300 mil mulheres morrem durante o parto e 2,7 milhões de bebês morrem durante os primeiros 28 dias de vida. A OMS lembra que as “parteiras capacitadas são essenciais para prevenir essas mortes”.

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