Órgão internacional de saúde da mulher afirma que em países com leis restritivas os números de abortos são altos

03 de agosto, 2018

Para a presidente da International Women’s Health Coalition (IWHC), Françoise Girard, os números evidenciam que criminalizar o aborto não reduz o número de casos. “Na América Latina e no Caribe, onde o aborto é restrito ou completamente proibido, o número de casos é altíssimo”.

(STF, 03/08/2018 – acesse no site de origem)

Na América do Sul, 48 mulheres em 100 fazem abordo por ano, quando na América do Norte, o número cai para 17. “Acontecem três vezes mais abortos na América do Sul do que na América do Norte. Só por esses números podemos ver que criminalizar não vai reduzir a prática”. Por outro lado, segundo a especialista em saúde da mulher, a descriminalização leva naturalmente à redução dos casos de aborto. “Nos países em que a prática foi descriminalizada, houve aumento do número no primeiro ano, especialmente por ter saído da sombra da criminalidade. No entanto, os números caem nos anos subsequentes de forma dramática”. A especialista citou o caso da Romênia, onde houve redução de 94% dos casos após a descriminalização.

Leia mais: 
Para especialista, atual legislação não permite a realização do aborto em caso de gravidez de alto risco para a mãe (STF, 03/08/2018)
Pesquisadores da Fiocruz afirmam que criminalização do aborto levam mulher à marginalidade (STF, 03/08/2018)
Para Academia Nacional de Medicina, maternidade não pode ser compulsória (STF, 03/08/2018)
Para expositor do Cemicamp a descriminalização do aborto é legítima (STF, 03/08/2018)

Para a doutora, a redução do estigma, acompanhado de um sistema de saúde acessível a essas mulheres, com apoio psicológico e métodos modernos de contracepção, é capaz de reduzir o número de realizações de aborto. “A criminalização somente causa danos e mortes, totalmente evitáveis”, disse.

Nossas Pesquisas de Opinião

Nossas Pesquisas de opinião

Ver todas
Veja mais pesquisas