(Agência Brasil) A imunização contra o HPV (papilomavírus humano) precisa ser oferecida na rede pública de saúde para prevenir a ocorrência de lesões genitais e do câncer de colo de útero. A avaliação é da pesquisadora Luisa Villa Lina, do Instituto Ludwig de Pesquisas sobre Câncer.
Peru e México já oferecem via sistema público a vacina bivalente, que protege contra os tipos 16 e 18 do HPV, que estão relacionados a lesões precursoras do câncer de colo de útero e ao tumor propriamente dito. No Brasil, a vacina só está disponível na rede privada.
“Gostaria muito que o Brasil tivesse sido pioneiro nessa questão, mas por aqui o governo hesitou um pouco. No México, por exemplo, o programa de vacinação é voltado especialmente para as mulheres jovens que vivem nas regiões mais pobres, o que ajuda a reduzir o grave problema da região, que é o câncer de colo de útero”, disse a pesquisadora, que participou do Congresso Mundial de Colposcopia e Patologia Cervical, realizado no Rio de Janeiro.
Segundo Luisa, a dose conhecida como quadrivalente, que também protege contra as verrugas genitais provocadas pelos tipos 6 e 11 do HPV, é ainda mais eficiente que a vacina bivalente. Nesse caso, a especialista defende que a imunização também seja estendida aos homens. Além de ter a possibilidade de desenvolver tumores de pênis e de ânus, eles são considerados o principal vetor de muitas das lesões causadas pela doença.
O ideal é que a vacinação ocorra antes do início da vida sexual, mas pesquisas recentes apontam que, mesmo após a exposição ao vírus, homens e mulheres que recebem as doses têm menos chances de contrair novas infecções e de desenvolver câncer.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o governo brasileiro criou um comitê de acompanhamento da vacina para avaliar periodicamente se é oportuno recomendar a vacinação em larga escala no país. Até o momento, o comitê decidiu pela não incorporação da vacina contra o HPV no Programa Nacional de Imunizações, porque ainda há muitas dúvidas sobre a eficácia e o impacto dessa nova tecnologia para a política de atenção oncológica no país.
O Ministério da Saúde alega que, embora a vacina não esteja disponível na rede pública, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece exames gratuitos à população para detecção do vírus, como o papanicolau, um exame preventivo que permite ao médico identificar lesões antes da formação do câncer de colo do útero e dar início ao tratamento.
Veja a notícia completa: Pesquisadora defende campanha nacional de vacinação contra o HPV (Agência Brasil – 06/07/2011)