(Folha de S.Paulo) A perda da guarda de uma criança de um ano e sete meses porque os pais são “velhos demais” para criá-la está gerando polêmica na Itália. A corte de Turim considerou que os pais foram “egoístas” ao recorrer à fertilização in vitro com óvulos doados. A menina foi colocada para adoção.
Casados há 21 anos, a bibliotecária Gabriella, 57 anos, e seu marido, Luigi De Ambrosis, aposentado, 70 anos, decidiram ter um bebê com óvulos doados após anos tentando uma gravidez, sem sucesso. O casal já havia também tentado adotar um bebê, mas foi reprovado por causa da idade.
“Essa criança é fruto de uma aplicação distorcida das enormes possibilidades oferecidas pelas novas tecnologias”, afirmam os juízes. O caso vem repercutindo nos meios médicos, jurídicos e bioéticos por trazer mais uma vez à tona a questão: quais os limites da maternidade/paternidade a partir das novas tecnologias?
QUESTÃO MORAL
Para a antropóloga Debora Diniz, professora da Universidade de Brasília e membro da diretoria da Associação Internacional de Bioética, a tentativa de relacionar gravidez tardia a egoísmo “é um valor cristão sobre a reprodução”. “A certeza do projeto parental é a melhor aposta para o cuidado. Isso não tem idade”, afirma.
O ginecologista Artur Dzik, presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana, aponta que hoje 20% das mulheres que buscam tratamento têm mais de 40 anos. A tendência é de aumento.
Casos de gravidez tardia têm ficado mais comuns
Com a fertilização in vitro e a opção de recorrer a óvulos de mulheres mais jovens, os limites da maternidade têm aumentado. Duas indianas de 70 anos já foram mães usando óvulos doados.
Veja a reportagem completa:
Pais ‘velhos’ perdem guarda de bebê na Itália (Folha de S.Paulo – 27/10/2011)
Casos de gravidez tardia têm ficado mais comuns (Folha de S.Paulo – 27/10/2011)