Doações de empresas a partidos pode comprometer candidaturas de mulheres, diz ministra

02 de junho, 2015

(Rádio Guaíba, 02/06/2015) A ministra ainda lamentou que no estado do Rio Grande do Sul somente uma mulher tenha sido eleita deputada federal

A ministra-chefe da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, afirmou, nesta manhã, que a possível aprovação da emenda de doações eleitorais de empresas para partidos poderá comprometer a candidatura de mulheres para cargos eletivos no Brasil.

Em entrevista concedida nesta terça-feira para rádios de todo o Brasil, através do programa “Bom dia, Ministro”, em que a Rádio Guaíba participou, a ministra afirmou que também preocupa a falta de propostas nas discussões da reforma política sobre uma lista paritária por gênero, onde, segundo Eleonora, não estaria contemplando mais da metade da população brasileira, que é composta por mulheres.

“Pode comprometer, sim. Porque as mulheres, historicamente, pela cultura patriarcal do nosso país, têm mais dificuldade de captação de recursos. Mas, tenho certeza que pela garra das mulheres brasileiras que ousam entrar na política, e dos movimentos sociais, eu tenho convicção que mesmo assim nós conseguiremos reverter esses recursos. Agora, o que me preocupa mais é a lista de candidato. Uma reforma eleitoral que não tem lista paritária por gênero é uma reforma eleitoral que não contempla quase mais um pouco da metade da população, e mãe da outra metade: que são as mulheres. A democracia precisa ser aperfeiçoada na perspectiva de gênero”, assegurou Eleonora.

A ministra também lamentou que, atualmente, as mulheres ocupam apenas 10% das vagas na da Câmara dos Deputados, 16% do Senado Federal, 11% das assembleias legislativas e 13,3% das câmaras de vereadoras. Eleonora fez um apelo para que os eleitores brasileiros, principalmente os homens, rompam com um sistema ainda machista e patriarcal, que acaba não votando em mulheres.

“Eu faço um apelo à sociedade brasileira: rompam com a cultura patriarcal e votem em mulheres. Não são as mulheres que não votam em mulheres. São homens que não votam em mulheres. Daí esse apelo fortíssimo. Uma reforma política realmente democrática, que satisfará todas as diversidades que nós temos na nossa sociedade, e aqui eu falo da mulher, que não é uma diversidade, é mais do que 50% da população, deverá, sim, estar contemplada nos parlamentos de todos os níveis, de todas as esferas do Brasil”, afirmou a ministra.

Apesar da lei eleitoral prever que os partidos políticos devem destinar no mínimo 30% das vagas nas campanhas para um dos gêneros – o que acaba sendo preenchido por mulheres, a ministra afirmou que a reforma política deve abordar a necessidade do estabelecimento de cota de gênero de pelo menos 30% nas instâncias do Poder para mulheres. A ministra ainda lamentou que no estado do Rio Grande do Sul somente uma mulher tenha sido eleita deputada federal, que é a petista Maria do Rosário.

Fonte: Vitória Famer / Rádio Guaíba

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