Daqui para frente as campanhas precisam falar com as mulheres

21 de junho, 2010

Acesse o artigo na íntegra: O poder do voto feminino, por Fátima Pacheco Jordão


 

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A maioria das análises publicadas na mídia atribui o crescimento de Dilma Rousseff ao impacto do programa do PT e ao apoio assertivo do presidente Lula. Efetivamente, as pesquisas do Datafolha mostram isso com clareza. Entre abril e maio, o conhecimento de que a candidata de Lula é Dilma cresceu 10 pontos, sendo 6 pontos entre os homens, de 71% para 77%. Já entre as mulheres, esse crescimento foi de 51% para 65%, ou seja, 14 pontos percentuais. Pela TV as eleitoras puderam perceber melhor o discurso de Dilma e ela recuperou terreno neste eleitorado.

De outro lado, é significativo entre as eleitoras o peso do apoio do presidente a Dilma, mas ainda não foi atingido todo o seu potencial.

Em outra questão, o Datafolha indaga com que certeza os eleitores votariam no candidato/a do presidente Lula: 46% dos homens e 43% das mulheres afirmam que este apoio os levaria com certeza a escolher esta candidata. Levando em conta esses dados, a candidatura Dilma Rousseff praticamente chegou perto do teto do voto masculino: ela tem 42% de intenções de voto e o potencial de 46% de homens que votariam, com certeza, na candidata do presidente. No entanto, entre as mulheres Dilma tem 33% das intenções de voto declarado e um potencial de crescimento de 10 pontos percentuais, pois 43% das mulheres declaram que votariam, com certeza, na candidata de Lula. Portanto, quando as candidaturas, chapas e alianças estiverem definidas e a campanha mudar o foco para políticas públicas, as mulheres poderão fazer a diferença para as candidatas Dilma e Marina.

Com relação a Serra é importante notar que a pesquisa Ibope publicada no início de junho aponta a Saúde como o principal problema que o próximo presidente deverá enfrentar. Nesta perspectiva, Serra tem uma clara vantagem em relação aos demais candidatos, mesmo porque foi um ministro bem avaliado da pasta da Saúde (ver o gráfico de atributos ligados aos candidatos).

Daqui para frente as eleições mudam de ciclo, os eleitores e, sobretudo, as eleitoras terão olhos mais abertos para as campanhas. As propostas dos candidatos ganham mais foco nos debates, na propaganda e nos discursos.  E as duas candidatas e os nove candidatos* terão que olhar mais para as mulheres. Assim sempre foi e assim será nas eleições de 2010.

* José Serra (PSDB), Rui Pimenta (PCO), Levy Fidélix (PRTB), Oscar Silva (PHS), Plínio de A. Sampaio (PSOL), Mario de Oliveira (PTdoB), José Maria Eymael (PSDC), Américo de Souza (PSL) e Zé Maria (PSTU).


Outros destaques do artigo:
O poder do voto feminino, por Fátima Pacheco Jordão
Em 2006, as mulheres levaram as eleições para o 2º turno
Em junho de 2010, Dilma lidera entre os homens e Serra, entre as mulheres
Por que as diferenças entre eleitores e eleitoras?
A percepção das mulheres sobre os atributos dos candidatos

Acesse o artigo na íntegra:
O poder do voto feminino, por Fátima Pacheco Jordão
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fatimapjordaoSobre a autora: Fátima Pacheco Jordão é socióloga e especialista em pesquisas de opinião. Fundadora do Instituto Patrícia Galvão, é assessora de pesquisa da TV Cultura.

Este artigo foi elaborado no contexto do Projeto Mulheres em Espaços de Poder e Decisão do Instituto Patrícia Galvão, que tem o objetivo de analisar a percepção das mulheres enquanto eleitoras, com base nos levantamentos sobre intenção de voto realizados por institutos de pesquisa de opinião.

Contato com a autora:

Fátima Pacheco Jordão – socióloga
TV Cultura e Instituto Patrícia Galvão
São Paulo/SP
(11) 3826-7651 / 9423-9402 – [email protected]
Fala sobre: mídia; estratégias de comunicação; pesquisas de opinião


Indicação de fontes:

Clara Araújo – socióloga e pesquisadora
Departamento de Ciências Sociais da UERJ
Rio de Janeiro/RJ
(21) 2587-7678 – [email protected]
Fala sobre: participação das mulheres na política

José Eustáquio Diniz Alves – demógrafo e pesquisador
Professor titular do mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais
da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE
Rio de Janeiro/RJ
(21) 214246 89 / 2142-46 96 / 9966 6432 – [email protected]
Fala sobre: política, poder e a baixa representação das mulheres nos espaços de decisão; pesquisas e dados sobre essa realidade em outros países

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