O relatório do PNUD aponta que 60% da população mais desfavorecida depende de mulheres negras
O novo relatório Construir caminhos, pactuando novos horizontes no Brasil do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) aponta ideias sobre o desenvolvimento humano a situação dos domicílios no país.
A pesquisa entende que os s domicílios devem ser analisados como espaços que podem oferecer às pessoas o acesso a uma melhor saúde e ao mesmo tempo podem ser espaços onde as vulnerabilidades dos indivíduos se acumulam – desde o início do ciclo da vida e ao longo dele.
“Homens e mulheres ocupam papéis distintos dentro dos domicílios, sobretudo, no que se refere à carga de trabalho associada às tarefas de limpeza, manutenção da casa e de cuidados dos seus habitantes”, afirma o relatório. “Em países com maiores níveis de preconceito de gênero contra as mulheres, estima-se que as mulheres despendem seis vezes mais tempo do que os homens em trabalho de cuidado não remunerado”.
“Essa desigual responsabilização pelos trabalhos realizados dentro dos domicílios não atinge as mulheres de forma homogênea, uma vez que esse fator é influenciado pela classe econômica à qual a mulher pertence”, afirma o relatório. Pessoas com maior condição econômica terceirizam os serviços domésticos. “Nesse sentido, as mulheres brancas, que se apresentam em maior número nos estratos de rendimentos mais altos, têm sua autonomia para trabalhar fora de casa e sua independência financeira bem menos afetadas por essa dinâmica de divisão de trabalho intradomiciliar desigual.”
A pesquisa analisou que os percentuais de domicílios sob responsabilidade de homens e de mulheres são próximos, 52% e 48%, respectivamente. A análise também aponta um maior percentual de domicílios com responsabilidade de homens e mulheres negras, do que de pessoas de cor branca, 56% e 44%, respectivamente.