USP suspende novas vagas em creche

12 de fevereiro, 2015

(O Estado de S. Paulo, 12/02/2015) Abertura de matrículas foi cancelada no fim de janeiro, após adesão acima do previsto de funcionários das creches ao PDV

A Universidade de São Paulo (USP) suspendeu o ingresso de novas crianças em suas creches. A abertura de matrículas foi cancelada no fim de janeiro, após adesão acima do previsto de funcionários das creches ao plano de demissão voluntária (PDV) da instituição. As unidades atendem filhos de professores, funcionários e alunos.

Segundo levantamento do Sindicato de Trabalhadores da USP, entre 120 e 150 vagas foram suspensas. Aqueles que já estavam matriculados em 2014, no entanto, tiveram a permanência garantida. São cinco creches: três na capital, uma em São Carlos e outra em Ribeirão Preto, que atendem 580 crianças. A assessoria de imprensa da universidade não se manifestou sobre a medida.

No total, 1.382 servidores da universidade aderiram ao PDV, principal aposta da reitoria contra a crise financeira. Não há balanço de quantos funcionários de creches estão nesse grupo nem previsão de ampliar o funcionamento das unidades nos próximos meses. Haverá remanejamento de servidores entre órgãos somente após abril, quando se encerram as demissões voluntárias.

Segundo comunicado aos pais feito pela Superintendência de Assistência Social da USP, responsável pelo serviço, as creches já trabalham acima da capacidade. Isso ocorre porque contratações estão suspensas na instituição há um ano, também por causa da crise financeira.

As vagas para as creches são distribuídas de acordo com avaliação socioeconômica das famílias. A proporção de atendimento é de aproximadamente 40% para filhos de funcionários, 40% para filhos de estudantes e 20% para filhos de docentes. Cerca de 2,8 mil servidores da USP não matriculam seus filhos nessas unidades, mas recebem auxílio-creche em dinheiro.

Transtorno. O anúncio da suspensão de matrículas surpreendeu Vivian Castro, funcionária da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFLCH). Ela esperava colocar o filho Jorge Henrique, de dois anos, em uma das creches no câmpus Butantã, na zona oeste da capital.

“Agora tenho que levar meu filho todos os dias para a casa da minha mãe, em Cotia (na Grande São Paulo). É um desgaste grande”, conta ela, de 33 anos. Como nessa época do ano boa parte das creches já estão com matrículas encerradas, a dificuldade aumenta. “Também existe a questão financeira, que pesa muito”, diz.

Magno de Carvalho, presidente do Sintusp, teme que a saída de funcionários com o PDV prejudique o funcionamento de outros órgãos. “É um desmonte da universidade”, critica.

Victor Vieira

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