Projeto que envolve sete instituições vai mapear presença feminina e obstáculos para mulheres na ciência
Ao fazer um pós-doutorado em farmacologia na Universidade de Montreal, uma cena impressionou a professora e pesquisadora Maria Martha Campos. Em um dia congelante do inverno canadense, deparou-se com um grupo de mulheres passando frio do lado de fora da faculdade. Perguntou do que se tratava.
Eram todas as trabalhadoras de um dos setores da universidade. Haviam descoberto um posto em que um homem estava recebendo remuneração maior do que as colegas mulheres. Até que a distorção fosse corrigida, todas se recusaram a iniciar suas jornadas de trabalho.
“Você vai perguntar quando foi isso. Pasme, foi no início dos anos 2000 e lembro até hoje. Estamos 20 anos atrasados nessa discussão, mas finalmente fazendo algo sobre isso”, diz a pesquisadora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul).
Para detectar e corrigir distorções de gênero no meio acadêmico, as universidades PUCRS e a UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) firmaram parceria com a King’s College London, da Inglaterra. O projeto Mulheres na Ciência é concentrado sobretudo nas áreas de ciência em que a presença feminina ainda é pequena, como tecnologia, engenharias e matemática.
Em 2021, a universidade inglesa obteve o “Athena Swan Silver”, uma espécie de selo de reconhecimento de boas práticas para o avanço da igualdade de gênero. Incluía, entre uma série de medidas da valorização a mulheres, desenvolver projetos multiplicadores dentro e fora do país. Foi aí que entraram as universidades gaúchas.
Em um primeiro momento, a troca de experiências entre acadêmicas inglesas e gaúchas se deu por meio de viagens de integração e de mentoria a jovens pesquisadoras.
Acesse a matéria completa no site de origem.