Preconceito e barreira da mídia são destaques no último dia de debates do I Encontro LGBT

09 de junho, 2014

(MinC, 09/06/2014) O último dia de debates do I Encontro Nacional de Arte e Cultura LGBT realizado no último domingo (8/6) no Centro Petrobrás de Cinema, em Niterói (RJ), concentrou-se na questão da cultura LGBT e no espaço ocupado na mídia e nas redes sociais e contou a participação do deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) e de Pedro Domingues, Coordenador Geral de Programas e Projetos Culturais da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura.

O evento, que reuniu militantes da causa LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Trangêneros) de todo o Brasil, começou com o painel “Olhares e Reflexões sobre Cultura LGBT”. A mesa formada por Elisa Gargiulo (Banda Dominatrix), Valéria Rocha (Diretora teatral), Sandro Ka (Grupo Somos), César Almeida (Ator e diretor teatral) e Verónica (Atriz/cantora) tratou do reduzido número de atrações voltadas para o público LGBT, a falta de incentivo para as produções temáticas e a necessidade de tornar atrativo para o mercado a cultura LGBT. Durante os debates, surgiu a ideia de se criar uma rede de cultura que atravesse todas as regiões do país e todas manifestações artísticas, proposta que se tornou a principal reivindicação do encaminhamento final do evento.

A arte da dança, do canto e de interpretar são consideradas pelos militantes da causa gay e trangêneros como instrumentos capazes de difundir em larga escala a cultura LGBT. Segundo a travesti, cantora e atriz Verônica, essas performances quando bem feitas cativam qualquer um, mostrando que a sexualidade não pode determinar o talento de uma pessoa. “Mal ou bem, todos que têm uma escolha sexual diferente dos padrões estabelecidos pela sociedade, é um ser humano, um cidadão e que merece respeito”, defendeu a artista.

O segundo tema de debate Diálogos sobre Mídias, Redes Sociais e Comunicação” (Visibilidade, expressões e militância) foi discutido não só pelo público, como também, pela mesa composta pelo deputado Jean Wyllys, o roteirista Paulo Vespúcio, do filme O casamento de Gorete, a jornalista Roberta Salles e Marcos Rocha, da Fábrica de Imagens. Foram discutidos o papel dos produtores de mídia na difusão da cultura LGBT; a força que o segmento pode ter na rede, por meio de sites, blogs e vídeos, que resultam em um patrimônio cultural de linguagem própria. Os participantes apontaram, também, a dificuldade de inclusão na pauta dos principais veículos de comunicação assuntos relacionados à cultura LGBT.

Um dos destaques da roda de conversa foi o depoimento do diretor e roteirista Paulo Vespúcio, que afirmou que já teve filmes vetados por serem destinados ao público gay/trangêneros. O roteirista do longa “O casamento de Gorete” reclamou, ainda, da falta de patrocínio para as produções. Segundo Vespúcio, o empresariado não costuma apoiar a arte ou mesmo eventos que levantem a bandeira LGBT, apontando para esse fato, uma das causas de ter que adaptar as suas produções para que se torne “vendável” as distribuidoras. No final, os participantes redigiram um documento pedindo a criação de uma red

O I Encontro de Arte e Cultura LGBT contou ainda com estandes de venda de livros com abordagem a cultura LGBT, além de exposições sobre este universo como: Figurinos In Drag, com curadoria de Almir França e coordenação de Felipe Carvalho. A última noite de discussões foi encerrada com a apresentação da tradicional Escola de Samba Unidos do Viradouro e com a abertura do palco para os artistas presentes ao evento.

Texto: Secretaria de Cultura de Niterói (RJ)

Edição: Ascom / MinC

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