(O Estado de S.Paulo) A nova campanha da Organização das Nações Unidas de combate à discriminação contra as mulheres esconde nossas bocas e faz do Google o texto de nossas vidas (http://www.unwomen.org/en/news/stories/2013/10/women-should-ads). Os olhos das mulheres da campanha são variados, mas todos miram os autores das buscas eletrônicas infames. Eles são sujeitos anônimos sem geografia definida. As bocas congelam as expressões mais comuns lançadas no buscador que tudo sabe: “mulheres na cozinha”, “mulheres como escravas”, “mulheres em casa”, “mulheres disciplinadas”. Uma pesquisa global, que recuperou o mais secreto sobre a discriminação de gênero. O escândalo não foi só saber que há multidões em busca de informações sobre como ter uma escrava sexual ou como proibir as mulheres de votar. O inquietante foi retirar o véu e conhecer os segredos do oráculo sobre a desigualdade de gênero. Ela é íntima, cotidiana e persistente. E o pior: global.
Acesse a íntegra no Portal Compromisso e Atitude: O estupro é um ato de demarcação nas entranhas femininas, escreve antropóloga Debora Diniz (O Estado de S.Paulo – 10/11/2013)