(Folha de S.Paulo) Movimento iniciado no Canadá defende as vítimas de estupro, em reação à cultura de culpar as mulheres pela violência sofrida, e denuncia impunidade dos agressores sexuais.
Estuprada por colegas na faculdade em uma festa, Jaclyn Friedman nunca chegou a dar queixa. “Tanta gente disse que eu seria culpada, por estar na festa, por estar bebendo, por me vestir como eu me visto, que eu desisti.” O episódio, que aconteceu há quase duas décadas marcou a vida da escritora e ativista feminista.
“No último sábado, aos 39 anos, sutiã à mostra e tatuagem anunciando ‘corajosa’, era Jaclyn uma das oradoras da SlutWalk, a ‘marcha das vadias’, que reuniu 2.000 pessoas em Boston. Até o segundo semestre, o movimento que começou em Toronto e pipocou em outras dez cidades dos EUA e do Canadá deve chegar a mais 40 cidades americanas e 19 outras pelo mundo.”
“A SlutWalk surgiu como um protesto em resposta ao comentário de um policial canadense que orientou universitários dizendo: ‘Se a mulher não se vestir como uma vadia, reduz-se o risco de ela sofrer um estupro’.
A frase reverberou não só no Canadá. Qualquer país, afinal, tem exemplos do que os organizadores chamam de ‘cultura de estupro’: considerar o estupro um crime menor ou provocado pela vítima (quase sempre mulher, mas às vezes, homem).”
Leia a matéria completa: ‘Marcha das vadias’ ganha adeptos e se multiplica nos EUA / Jornal e livro expõem ‘cultura do estupro'(Folha de S.Paulo – 14/05/2011)