Em evento fechado, Bolsonaro sanciona atos que ampliam Lei Maria da Penha

08 de outubro, 2019

Um dos projetos prevê apreensão de arma de fogo registrada em nome do agressor em 48 horas

(O Globo, 08/10/2019 – acesse no site de origem)

BRASÍLIA – O presidente Jair Bolsonaro sancionou na tarde desta terça-feira dois projetos que alteram a Lei Maria da Penha . Eles agora viram lei. Um deles prevê a apreensão de arma de fogo registrada em nome do agressor em até 48 horas depois que a ocorrência da violência chegar à Justiça. O outro garante que dependentes da mulher vítima de violência doméstica tenham prioridade na matrícula na instituição de educação básica mais próxima de seu domicílio.

A sanção dos atos ocorreu em evento no terceiro andar do Palácio do Planalto, fechado à imprensa. O compromisso não consta na agenda oficial do presidente e será incluído na próxima atualização, de acordo com a Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência. Os textos devem ser publicados em edição extra do Diário Oficial da União ainda nesta terça.

O prazo para a sanção do projeto referente à arma do agressor venceria nesta terça. O texto determina que, feito o registro da ocorrência, a autoridade policial deverá imediatamente verificar se o autor do crime possui registro de porte ou posse de arma de fogo e registrar a informação nos autos, além de notificar a instituição responsável pela sua concessão.

De acordo com a lei sancionada, caberá ao juiz comunicar ao Ministério Público para que este adote as providências cabíveis e determine “a apreensão de arma de fogo eventualmente registrada em nome do agressor”.

O ato referente à matrícula em escolas acrescentou um item ao artigo relativo à prestação de assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar, que já previa, por exemplo, a inclusão da vítima no cadastro de programas assistenciais do governo federal, estadual e municipal.

“O texto encontra fundamento jurídico na Constituição Federal e na Lei Maria da Penha, que deu salto significativo no combate à violência contra a mulher”, justificou o Planalto.

O presidente tem até esta quarta para sancionar ou vetar dois outros projetos, sendo um deles referente à Maria da Penha, que determina que os profissionais de saúde registrem indícios de que houve violência contra a mulher no prontuário da paciente. O outro dispõe sobre a prestação de serviços de psicologia e de assistência social nas escolas públicas de educação básica.

Por Gustavo Maia e Daniel Gullino

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