Assédio no trabalho: é preciso romper o silêncio

01 de dezembro, 2021

Laudes Foundation promove discussão sobre violência de gênero no ambiente profissional e as diretrizes internacionais para enfrentamento do problema

(Revista Marie Claire | 01/12/2021 / Por G.LAB PARA LAUDES FOUNDATION)

Mulheres sofrem três vezes mais assédio ou algum tipo de constrangimento no trabalho – sobretudo sexual – do que homens. Foi o que apontou pesquisa recente realizada pela consultoria Mindsight, que ouviu mais de 11 mil delas em todo o país. O levantamento mostrou  ainda que, embora a maioria reconheça ter passado por esse tipo de violência em algum momento da vida profissional, 97% das vítimas não denunciaram o crime.

Este cenário não exclusivo ao Brasil vem sendo observado pela Laudes Foundation globalmente. E em mais essa edição do Power Trip Summit, encontro de lideranças femininas realizados por Marie Claire em outubro, a organização trouxe esta discussão para o centro de um painel, com participações de Bama Athreya, head de gênero, equidade e inclusão social da fundação, Mafoane Odara, psicóloga e consultora em diversidade, e Mayra Cotta, advogada criminalista, especialista em gênero e relações de trabalho.

A urgência em aprofundar o debate e estabelecer políticas efetivas de enfrentamento aos abusos no ambiente laboral foram expostas por Paola Deodoro, editora sênior de beleza de Marie Claire, que mediou a conversa, e lembrou como a Organização Internacional do Trabalho (OIT) vem empreendendo esforços contínuos neste sentido para guiar corporações e a esfera pública no mundo inteiro. A última e muito relevante iniciativa da OIT foi a promoção da Convenção 190, primeiro tratado internacional para combater a violência de gênero e toda forma de assédio no mundo do trabalho, ratificado até o momento por seis países. O Brasil não tem acompanhado essa agenda e, portanto, a fraca divulgação do tema por aqui não alcança lideranças e corporações para abraçar este compromisso.

Diálogo incômodo, mas necessário
Direto de Washington via videoconferência, Bama Athreya atentou para o fato de muitas mulheres ainda não denunciarem as violências a que são expostas, pelo medo de serem culpabilizadas. Este receio, no entanto, não é o único obstáculo quando ou depois que o assédio acontece. Caracterizada pela relação de poder, esta é uma prática que pode se dar também entre pares, fornecedores e clientes, mas suas características nem sempre são reconhecidas por quem sofre o abuso. “No dia a dia pode ser difícil diferenciar as situações. São muitas as formas possíveis de violência e pouco se fala delas. É um diálogo incômodo, porém necessário”, lembrou Mayra Cotta. A advogada ainda acrescentou que o assédio costuma afetar especialmente grupos minorizados e que essas condutas causam, além de constrangimento, impactos na saúde física e psicológica de quem é vitimada.

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