Assédio sexual: a mão boba não existe, por Samira Bueno e Arielle Sagrillo

23 de dezembro, 2020

Silêncio e risadas perseguem mulheres que, como deputada paulista, sofrem importunação ou assédio sexual

(Piauí | 23/12/2020 | Por Samira Bueno e Arielle Sagrillo)

Episódios como o vivido pela deputada Isa Penna acontecem diariamente. Apenas no ano passado, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo registrou 4.435 boletins de ocorrência por importunação sexual e outras 727 ocorrências de assédio sexual. Se somarmos os dois tipos penais, o total chega a 5.162 ocorrências de crimes consumados – ao menos 14 por dia. A pergunta que fica é: por que, neste caso, a situação não causa indignação? A deputada é uma das dezoito mulheres eleitas para a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo em 2018. Embora o Parlamento estadual tenha 94 assentos, a desigualdade racial e de gênero impera. Mulheres ocupam apenas 19% das cadeiras da Assembleia, que conta também com a sub-representação de negros, que somam apenas dez parlamentares (menos de 11%).

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