Domésticas enfrentam desemprego e redução na renda

22 de janeiro, 2022

Aumentam queixas de assédio e ‘testes de confiança’ na pandemia; 27% foram demitidas, diz pesquisa

(Folha de S. Paulo | 22/01/2022 | Por Suzana Petropouleas)

SÃO PAULO

Rosângela dos Santos, Marli Silva e Damaris Paes compartilham a mesma profissão e as mesmas dificuldades: as três trabalhadoras domésticas perderam o emprego durante a pandemia e enfrentam piora em suas condições de trabalho e renda, mesmo após a flexibilização do distanciamento social proporcionada pelo avanço da vacinação. ​

A realidade das mulheres não é exceção entre a categoria. Levantamento da marca de limpeza Veja com a Plano CDE, divulgado no fim de dezembro, mostrou que 27% das trabalhadoras domésticas brasileiras foram demitidas durante a pandemia. Cerca de 40% continuaram a trabalhar, expondo-se aos riscos de contaminação pela Covid-19.

Uma minoria, 16%, pôde se isolar em casa e seguir recebendo o salário dos empregadores. A medida foi incentivada por uma campanha da Fenatrad (Federação Nacional de Trabalhadoras Domésticas), para que as trabalhadoras não se expusessem ao vírus no transporte público e nas casas das famílias contratantes, nos períodos de maior contágio. Ganhou força ainda em março de 2020, quando uma doméstica contaminada após contato com a patroa tornou-se a primeira vítima do vírus no Rio de Janeiro. “Mas a adesão foi mínima”, diz Luiza Baptista, coordenadora-geral da Fenatrad.

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