O maior aumento foi nos crimes de ódio contra as mulheres. As agressões envolvendo intolerância religiosa, racismo e aversão a estrangeiros também dispararam, diz mapeamento feito pelo Ministério da Justiça em parceria com a Safernet.
No Brasil, um levantamento mostra como aumentaram as mensagens de ódio nas redes sociais nos últimos anos.
A Valéria Lessa é influenciadora digital. Conhece no dia a dia de trabalho os efeitos do discurso de ódio, preconceito na internet, principalmente nas redes sociais. Ela faz o que pode para limitar ao que a filha de 7 anos e o filho de 12 assistem.
“Nós estamos numa geração que hoje a realidade é ter as telas nas mãos, né? Então, não tem como muito você privar isso. É o efeito manada, né? Porque quando você fala de um coisa ruim, você também pode incentivar, instigar outras pessoas que já de alguma forma tinham aquilo ali internamente aflorar, parece que dar coragem”, diz.
Em parceria com o Ministério da Justiça, a Safernet – associação que atua em defesa dos direitos humanos na internet – mapeou que as denúncias de crimes envolvendo discurso de ódio na rede triplicou nos últimos seis anos.
O levantamento mostra que as agressões motivadas por ódio, preconceito e intolerância disparam em ano eleitoral. Foi assim em 2018. E a situação piorou ainda mais nas eleições de 2022. Foram 74 mil denúncias de crime de ódio contra pouco mais de 44 mil em 2021. O maior aumento foi nos crimes de ódio contra as mulheres. Saltaram de pouco mais de 8 mil para mais de 28 mil. Justamente no ano em que o Brasil registrou o maior número de feminicídios desde que a lei entrou em vigor.