É preciso mudar o mundo, não apenas melhorar a condição das mulheres e dissidentes sexuais. Só um projeto que pense a sociedade a partir da reprodução da vida pode fazê-lo. É tarefa árdua, mas algumas ideias podem inspirar ações
Vivemos um momento crucial, de aceleração da crise que o capitalismo está produzindo na vida de milhões de pessoas e de mobilizações e formas diversas de subversão da vida cotidiana empurradas pelos feminismos.
Temos diante de nós muitas temáticas que necessitamos abordar e debater.
Precisamos discutir quais são as perspectivas políticas e os horizontes atuais das lutas feministas e elaborar uma análise feminista sobre o “plano do capital”, as novas formas de exploração e de imperialismo, e as formas mais contundentes de resistência e de construção de uma nova realidade social.
Em seguida, exigimos algumas teses que podem ser utilizadas para abrir um debate e uma elaboração coletiva sobre essas questões.
As lutas feministas e as políticas feministas não têm como finalidade apenas melhorar as condições de vida das mulheres e das pessoas dissidentes da heteronorma, mas seu objetivo é também mudar o mundo.
Não há transformação substancial na vida de nossas comunidades sem uma profunda transformação social. Como mulheres, somos o sujeito fundamental que torna possível a reprodução da vida e, nesta sociedade capitalista, que torna possível a reprodução da força de trabalho, a reprodução dxs trabalhadorxs.