Dados são referentes ao período entre agosto e outubro de 2022; entre os ataques mais comuns estão ameaças de morte, ofensas sexuais e racistas, e perseguição nas redes sociais
Uma pesquisa realizada em 2022 pelo Ministério Público Federal (MPF) mostra que durante campanhas eleitorais femininas, a violência política contra as mulheres aumenta 151%. Entre os tipos de violência, estão ameaças de morte, ofensas sexuais e racistas, além de perseguição nas redes sociais.
O número de casos mais que duplicou no período entre 8 de agosto, quando completou um ano desde a implementação da lei que criminaliza a violência política contra mulheres, e 2 de outubro, data do primeiro turno das eleições. Até o início de agosto, o MPF registrava 31 inquéritos desse tipo, quantidade que aumentou para 78 durante o período eleitoral.
Contudo, as candidatas seguem enfrentando violências dentro do próprio cenário político, às vezes em seus próprios partidos, com a falta de repasse de verbas e a exclusão de propaganda eleitoral gratuita. Recente, o primeiro estado a promulgar uma lei pensando em reverter esses tipos de casos foi Minas Gerais, em dezembro de 2023.
A origem da Lei 24.466, de 2023, remonta ao Projeto de Lei (PL) 2.309/20, concebido e ratificado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). As autoras desse projeto foram as deputadas Ana Paula Siqueira (Rede), Andréia de Jesus (PT), Beatriz Cerqueira (PT) e Leninha (PT), sendo que estas três últimas foram alvo de ameaças de morte durante o exercício de seus mandatos.