‘Tive que ouvir o coração do feto e falaram pra ter o bebê, que ganharia uma laqueadura’, diz mulher estuprada que não conseguiu fazer aborto em SP

17 de junho, 2024 g1 Por Isabela Leite

Vítima entrevistada pela GloboNews teve o procedimento negado por três hospitais públicos da capital paulista e só conseguiu realizá-lo com ajuda da Defensoria Pública de São Paulo em outro estado. Mesmo com decisão judicial nas mãos, ela passou pelo Hospital da Mulher, Hospital do Campo Limpo e o Tide Setúbal e teve o pedido negado.

Vítima de estupro, Maria Clara (nome fictício) teve o aborto legal negado por três hospitais na capital paulista e só conseguiu realizar o procedimento com ajuda da Defensoria Pública de São Paulo em outro estado.

Atualmente, o aborto é permitido em três situações no Brasil: se o feto for anencéfalo, se a gravidez impuser risco de vida para a mãe ou se a gravidez for fruto de estupro – que é o caso de Maria Clara. Porém, um projeto de lei está em tramitação na Câmara para equiparar o aborto após 22 semanas ao crime de homicídio simples, colocando em risco o direito das mulheres (leia mais abaixo).

A primeira barreira que a vítima encontrou foi no Hospital da Mulher, referência da rede estadual em casos de violência sexual. À reportagem, a vítima contou que descobriu a gravidez somente quando completou 24 semanas.

“Não tive nada de diferente, não tive barriga, não tive sintoma, não tive nada”, relata.

“Eu fiz o exame de sangue, fiz o ultrassom e passei na médica. Ela me falou que como a gestação estava muito avançada, eu teria que procurar outra unidade e ajuda na Defensoria. A médica só falou que não poderia fazer e pronto. Depois ela me encaminhou para assistente, e a assistente me disse que eu teria que procurar ajuda. Só me passaram o endereço da defensoria e eu fui por conta própria”, relembra.

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