São Paulo, Recife, Rio e Belém são as cidades que mais receberam mulheres de outro município; cenário leva à interrupção em fases mais avançadas da gestação
Um total de 1.074 mulheres precisaram sair de suas cidades em 2023, em alguns casos até de seu estado, para conseguir realizar o aborto legal no Brasil. O número equivale a 36,2% de todos os 2.963 procedimentos registrados no país no ano passado.
Para especialistas, o cenário contribui para que interrupções legais da gestação sejam realizadas em fases mais avançadas da gestação e afeta principalmente meninas menores de 14 anos.
O levantamento do GLOBO foi realizado a partir de dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH), consultados pelo DataSUS no último dia 13, e informações fornecidas por sete Secretarias Estaduais de Saúde do país.
Os números mostram que 1 a cada 3 mulheres não mora no município em que fez a interrupção legal da gestação. Em São Paulo, capital, foram registrados 548 procedimentos, 189 deles de não residentes.
Na cidade, alguns centros que realizam o procedimento são o Hospital da Mulher (antigo Pérola Byington) e o Hospital Municipal Tide Setubal, Hospital Municipal e Maternidade Dr. Mário de Moraes Altenfelder (Maternidade Vila Nova Cachoeirinha).