2 em 3 cidades do país não elegeram nenhuma mulher para a prefeitura em 20 anos

12 de agosto, 2024 Folha de S. Paulo Por Géssica Brandino e Augusto Conconi

Em 28 municípios, não foram escolhidas vereadoras no mesmo período; e em 24, nem representantes do Executivo nem do Legislativo

Embora as mulheres sejam maioria na população brasileira, 3.557 municípios brasileiros, o equivalente a 64% do total, não tiveram nenhuma prefeita eleita desde as eleições do ano 2000.

No mesmo período, em 28 cidades do país, não houve vereadora escolhida pelo voto direto e, em 24 delas, nem prefeitas nem vereadoras, mostra análise da Folha com base em dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

A lacuna de representatividade observada de 2000 a 2020 considerou candidatas eleitas tanto em pleitos ordinários quanto suplementares –realizados em caso de indeferimento de registro, cassação do diploma ou perda do mandato do candidato eleito.

A baixa representação é mais acentuada na parcela de municípios com mais de 100 mil habitantes: 71% não elegeram prefeitas. Nas cidades com população inferior a 100 mil, o percentual é de 63%.

A lista das cidades sem eleitas inclui 19 capitais, sendo as cinco maiores Rio de Janeiro, Salvador —que tem no histórico a eleição em 1992 de Lídice da Mata, hoje deputada federal da Bahia pelo PSB—, Belo Horizonte, Manaus e Curitiba.

Os estados que proporcionalmente têm mais cidades sem prefeitas são Rio Grande do Sul (80%), Espírito Santo (77%), Santa Catarina, Minas Gerais (ambos com 74%) e Acre (73%).

O principal motivo da baixa representatividade nas prefeituras, para cientistas políticos ouvidos pela reportagem, é a falta de mulheres nas cúpulas dos partidos, o que dificulta a aposta nelas para cargos majoritários.

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