O Research Center, núcleo de pesquisa da Afya, líder em educação e soluções para a prática médica no Brasil, apresenta a terceira edição da pesquisa “Panorama Financeiro do Médico em 2023”. O estudo feito com 2.624 profissionais de saúde apontou que o médico recebe em média R$26.138, e a médica R$19.865, uma diferença de 24%. Dividindo esses valores pela quantidade de horas semanais trabalhadas, sendo de 54,7 horas por semana para o homem e 47,8 horas para a mulher, chega-se ao valor da hora semanal remunerada do médico igual a R$ 477 e da médica, R$ 416, uma diferença de 12,9% a menos.
O impacto das funções familiares na carreira profissional da médica feminina é evidenciado também, pois a pesquisa aponta que, nas formações familiares sem filhos, o tempo de dedicação ao trabalho remunerado aumenta para 50,6 horas por semana. Há ainda uma maior insatisfação entre as mulheres com seus salários, com 73,5% das respondentes que não consideram justo o que ganham, contra 70,2% dos homens. O grau de formação profissional por gênero no estudo mostrou-se similar em todos os níveis, desde generalistas, até residentes, pós-graduandos em andamento e especialistas.
“Os resultados evidenciam uma desigualdade salarial entre homens e mulheres também na medicina. Realizamos essa divisão por gênero em nossa pesquisa para mostrar a importância de nos atentarmos para esse problema no Brasil e buscarmos soluções. A Afya, como parceira do médico e da médica em toda a sua jornada, entende a importância de apoiar o dia a dia destes profissionais desde o trabalho nas clínicas, consultórios e hospitais, até a gestão de rotina e desafios financeiros, contribuindo para a evolução da carreira, saúde mental e melhores condições de vida”, afirma Eduardo Moura, médico e diretor de pesquisa do Research Center.
A renda de acordo com a especialidade
A pesquisa da Afya também trouxe dados de especialistas e generalistas, mostrando que quanto mais especializado o profissional, maior a sua renda. A média salarial do especialista com duas ou mais especializações é de R$28.954, enquanto do generalista que ainda não se especializou é de R$18.906. As especialidades cirúrgicas, medicina intensiva e cardiologia são as mais rentáveis, com média de salário de R$ 32.709, para 55,5 horas trabalhadas; R$ 32.163, para 67,9 horas trabalhadas; e R$ 29.970, para 52,1 horas trabalhadas, respectivamente.
Com relação ao ambiente de trabalho, 33,7% dos médicos respondentes afirmaram trabalhar em emergências ou unidades de pronto atendimento públicas; 27,1% em consultórios particulares; 26,7% em clínicas da família ou unidades de atenção básica; e 21,4% ambulatórios em clínica ou policlínicas públicas; e 20,5%, em particulares. A maioria (64,1%) trabalha em plantões médicos, representando um aumento significativo em comparação com 2022, quando a porcentagem de médicos plantonistas era de 58,7%.