E quando a vítima da importunação sexual é a nossa filha?, por Milly Lacombe

16 de setembro, 2025 UOL Por Milly Lacombe

O meio do futebol dá os ombros para a luta das mulheres por um mundo justo e livre de objetificações. Quais são os jogadores que se manifestaram contra Robinho e tantos outros condenados, acusados, denunciados de crimes sexuais no meio do futebol?

No jornalismo temos alguns que, quando perguntados, até falam. E uns poucos corajosos e dissidentes que, voluntariamente, se revoltam e colocam a boca no trombone. Mas, de forma geral, são as jornalistas que sempre falam. As chatas, como escreveu Rafaela Vieira, mulher de Everson, goleiro do Galo, nas suas redes sociais. “Desculpem ser chata, mas …”, ela postou essas palavras para denunciar a importunação sexual cometida contra a filha de 13 anos depois do jogo entre Atlético e Santos.

Treze anos. Podemos começar a falar da cultura da pedofilia ou ainda é demais para vocês?

Pois é. A filha do goleiro do Galo foi vítima da própria torcida por importunação sexual. E ela é uma criança. Não é um caso isolado e Everson deveria saber disso. Quando cobramos posicionamento da classe é porque sabemos que ninguém esta livre de passar por esse tipo de crime.

A mulher estuprada por Robinho e amigos é filha de alguém. É irmã, é tia, é prima. São as mães, as mulheres, as namoradas. E não venham separar em “putas” e “santas” porque a santa de um pode ser lida como a puta de outro, e vice versa. O problema é a sociedade que assim nos divide e que não tem espaço para nos ver em nenhuma outra chave.

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