(Nathália Duarte do Portal G1-SP) Evento ocorre em 10 de junho, a partir das 12h, na região central de SP. Organizadores divulgaram manifesto pedindo criminalização da homofobia.
A 16ª edição da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros) levará para a Avenida Paulista neste ano o tema “Homofobia tem cura: educação e criminalização – preconceito e exclusão, fora de cogitação”. O evento que acontece em 10 de junho foi apresentado pela Associação da Parada nesta terça-feira (22), durante entrevista coletiva na manhã. Já está confirmada a participação de 12 trios elétricos, número que pode subir para 20, segundo previsão dos organizadores.
“Nós estamos chamando a comunidade para discutir, debater esses temas e tentando esclarecer e trazer à tona a luta pela igualdade”, diz Fernando Quaresma, presidente da Associação da Parada do Orgulho LGBT. A Parada acontece no dia 10 de junho, a partir das 12h, na Avenida Paulista. A concentração deverá ocorrer às 10h em frente ao Masp.
Para Heloísa Gama Alves, coordenadora de Políticas para a Diversidade Sexual da Secretaria de Estado da Justiça e da Defesa da Cidadania, o tema da Parada neste ano pretende contribuir para a redução da violência contra o público LGBT.
“De um ano para cá, não avançamos nada em legislação para essa população. Não temos muito para comemorar porque a violência contra esse público tem aumentado ano a ano. Acredito que a escolha do tema da Parada foi muito feliz já que a educação é extremamente importante. A criminalização não vai acabar com a homofobia, pode apenas dar meios para punir quem a comete. A educação, sim, é um elemento fundamental para o combate à homofobia, para que as próximas gerações acolham as diferenças”, diz Heloísa.
O coordenador de assuntos da diversidade sexual da Prefeitura de São Paulo, Franco Reinaldo, destaca dados consolidados no mapa da homofobia denunciada, estudo realizado desde 2006. “O primeiro deles é que a maioria dos agressores possui vínculo com a vítima. Mesmo sabendo que serão reconhecidos, eles praticam a violência, então eles não têm receio de praticar a violência, por isso a necessidade de punição. Outro dado é que 22% dos casos de violência física acontecem dentro de casa.”
Ainda segundo levantamento realizado pelo Observatório do Turismo durante a edição 2011, 58,9% dos participantes eram homens e 34,2% dos entrevistados eram heterossexuais (49,5% eram homossexuais e 15,9% eram bissexuais).
Até esta terça-feira, a associação da parada não tinha informações sobre como será o esquema de segurança para o evento deste ano.
Manifesto
A Associação da Parada do Orgulho LGBT divulgou nesta terça-feira um manifesto reivindicando a distribuição dos kits produzidos pelo projeto Escola Sem Homofobia. A entidade pede ainda a criminalização da homofobia, a fim de que seja combatida no momento de sua ação.
“O ambiente escolar deve ser espaço inclusivo de vanguarda. Queremos formar novas gerações que acolham as diferenças. Queremos uma escola sem homofobia já”, disse Quaresma. Ainda de acordo com ele, foram 266 gays e lésbicas mortos em 2011.
Além da Parada, fazem parte ainda dos eventos organizados pela associação um ciclo de leituras, um ciclo de debates sobre a diversidade sexual, a Feira Cultural no Vale do Anhangabau, em junho, e a entrega do Prêmio Cidadania e Respeito à Diversidade.
Acesse em pdf: Parada LGBT de 2012 vai pedir educação para ‘curar’ homofobia (G1 – 22/05/2012)
Leia também:
(Vágner Magalhães, do Portal Terra-SP) A 16ª edição da Parada do Orgulho LGBT, que acontece no dia 10 de junho na avenida Paulista, em São Paulo, terá um orçamento mais enxuto este ano. De acordo com Fernando Quaresma, presidente da associação que organiza a parada, há dificuldades em se obter financiamento junto à iniciativa privada, apesar de o evento fazer parte do calendário oficial da cidade e ano a ano apresentar números positivos.
De acordo com ele, o orçamento de 2012 será de R$ 325 mil, contra cerca de R$ 450 mil no ano passado. Segundo dados da associação, o evento será patrocinado pela Petrobras (R$ 200 mil), Caixa (R$ 100 mil) e pela União Geral dos Trabalhadores (UGT), que contribuirá com R$ 25 mil. A parada conta ainda com o apoio logístico da prefeitura de São Paulo.
Pesquisa realizada pelo Observatório do Turismo da Cidade de São Paulo mostra que em 2011 a cidade recebeu cerca de 648 mil visitantes para o evento, com estimativa de R$ 206 milhões injetados na economia do município.
“Procuramos muita gente atrás de patrocínio, mas invariavelmente a resposta é sempre a mesma, de que a parada não se enquadra no perfil de investimentos das empresas. Mas não abriremos mão de celebrar o orgulho que nos move. Principalmente resistir a opressão diária a que estamos submetidos”, disse o presidente da associação. “Não justificam, mas dizem não”, completa.
De acordo com ele, a parada brasileira pode ser considerada a maior do mundo, é pacífica e clama pela igualdade. “Ainda assim não temos por parte do empresariado uma visão de vanguarda para apoio e patrocínio”, diz.
Heloísa Gama Alves, coordenadora de Políticas para a Diversidade Sexual, da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo, lamenta que, do ano passado para cá, “nada se avançou na questão da criminalização da homofobia”. Segundo ela, há pouco a se comemorar e muito a se refletir nesse dia”.