(O Estado de S. Paulo) Para pesquisadora, esperava-se que após 30 anos de redemocratização, País já tivesse avançado nesse tipo de questãoA pesquisa desenvolvida pela Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da Universidade de São Paulo mostra também que a grande maioria dos entrevistados considera inaceitável a violação dos direitos de manifestação (86,5%) e da liberdade de os meios de comunicação criticarem o governo (81,4%). Porém, quando questionados especificamente a respeito de alguns pontos, 42,1% concordam totalmente ou em parte que é justificável que o governo censure a imprensa e 40% aceitam que pessoas sejam presas por posições políticas, com a finalidade de manter a ordem social, como acontecia no regime militar (1964-1985).
Para a coordenadora da pesquisa, Nancy Cardia, era esperado que, quase 30 anos depois do processo de redemocratização, o País já tivesse avançado nesse tipo de questão. “De forma geral, vários indicadores têm melhorado, mas há vulnerabilidades que não desaparecem, há focos muito pouco democráticos que sobrevivem, como apoio à tortura, questões sobre dissidência política (opinião contrária à dos governantes) e liberdade dos meios de comunicação como cláusula pétrea. Esperava um maior consenso a respeito dessas questões, mas parece que é uma mudança muito lenta.”
A defensora pública Daniela Skromov aponta algumas causas para a existência de um “núcleo duro” de resistência aos avanços democráticos. “O retrocesso sempre ronda. A democracia não se dá por decreto, ela é uma vivência. Temos vivido tempos em que a participação e discussão públicas são raras. A cidadania se restringe atualmente ao voto. Não fizemos a transição democrática a contento, e essas opiniões refletem uma baixa participação cidadã.”
Segundo a pesquisa, 40,4% das pessoas ouvidas concordam que, para a segurança do governo, o País tem o direito de retirar a nacionalidade de alguém. O levantamento mostra também que 43% dos entrevistados apoiam que o País expulse quem tenha posições políticas que ameacem o governo.
A maioria dos entrevistados (64,9%) apontou também que “o Judiciário se preocupa demais com os direitos dos acusados”. A pesquisa ouviu 4.025 pessoas residentes em 11 capitais (entre elas Rio e São Paulo), com 16 anos ou mais, selecionadas pelo perfil demográfico, em 2010
Leia em PDF: 42% acham ‘justificável’ governo censurar a mídia (O Estado de S. Paulo – 05/06/2012)
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05/06/2012 – 74% são a favor de pena de morte ou prisão perpétua para estupro
A maioria da população de 11 capitais defende a pena de morte ou a prisão perpétua para estupradores, segundo pesquisa do Núcleo de Estudos da Violência da USP. ‘O estupro é um dos crimes que mais provocam ódio. Quanto mais raiva a pessoa sente, maior é a propensão de ela aceitar uma pena dura para o criminoso’, afirma a psicóloga Nancy Cardia, coordenadora do trabalho