(Adital) A comunidade angolana exigiu um pedido formal de desculpas da presidenta Dilma Rousseff pelo assassinato da estudante universitária Zulmira de Souza Borges Cardoso. A reivindicação foi feita por um grupo de aproximadamente 150 pessoas, durante protesto realizado na última quinta-feira (21), na cidade de São Paulo (SP). O crime, que completa um mês, ocorreu na noite do dia 22 de maio.
Além de Zulmira, outros três angolanos foram alvejados por disparos de arma de fogo quando estavam reunidos em um bar, no bairro paulistano do Brás. Entre as vítimas, havia uma grávida. A criança nasceu dias depois, apresentando bom estado de saúde.
Até o momento, a Polícia não identificou o suspeito de efetuar os disparos, nem o cúmplice que dirigia o carro utilizado na fuga. Os advogados sugerem que houve motivação racial, pois o ataque foi precedido por uma discussão, na qual os estudantes foram chamados de “macacos miseráveis”.
O universitário angolano Marseu de Carvalho, amigo de Zulmira, afirma que os sobreviventes não receberam nenhum apoio por parte do governo brasileiro. As despesas médicas foram custeadas pelo Consulado Geral de Angola. Para além da assistência, ele defende iniciativas de combate ao preconceito.
A manifestação contou com o apoio de cerca de 40 organizações, que continuarão se reunindo em torno do movimento “Zulmira Somos Nós”. O próximo passo será uma Audiência Pública, na Câmara Municipal, marcada para a próxima quinta-feira (28), às 11h.
Leia em PDF: Angolanos exigem desculpas de Dilma, por assassinato de estudante (Adital – 26/06/2012)