(Correio do Brasil) Entre 2002 e 2011, o México registrou o assassinato de pelo menos 10 jornalistas mulheres e cerca de 94 casos de violência contra as comunicadoras, sendo 85,4% deles “diretamente relacionados ao exercício da profissão”, revelou um estudo da organização não-governamental Comunicação e Informação da Mulher (Cimac).
Apresentado no Museu de Memória e Tolerância da Cidade do México, o estudo destaca que “o número de jornalistas mexicanas vítimas de violência aumentou significativamente nos últimos 10 anos no país, principalmente entre 2009 e 2011″.
A análise por estados, entretanto, indica Oxaca como o mais perigoso para essas profissionais, seguido por Distrito Federal, Chihuahua, Quintana Roo, Jalisco e Veracruz.
De acordo com a presidente da Cimac, Lucia Lagunes, até 2005 as repórteres não integravam as estatísticas de relatórios sobre liberdade de expressão e violência. “Apenas os homens figuravam nas listas de jornalistas assassinados, feridos e desaparecidos”, completou.
Segundo a fundadora da rede Periodistas a Pie, Elia Baltazar, grande parte da violência sofrida pelas comunicadoras seria decorrente de seu “protagonismo na cobertura de temas como corrupção política, narcotráfico e segurança em temas sociais e culturais, entre os quais a pobreza, infância e saúde”.
Lagunes disse também que a situação de “invisibilidade” que enfrentam “exclui as mulheres da proteção judicial, ao direito à devida investigação e à reparação integral”.
O relatório da Cimac foi elaborado a partir de entrevistas e da documentação de casos, seguindo uma metodologia que incorpora a perspectiva de gênero e analisa a violência psicológica, física, patrimonial, econômica e sexual.
Acesse em pdf: Estudo revela aumento de violência contra jornalistas mexicanas (Correio do Brasil – 05/10/2012)