11/12/2012 – Crise econômica acentuou desemprego entre as mulheres, diz OIT

12 de dezembro, 2012

(Época) No Brasil, 60% das mulheres estão no mercado trabalho. A média mundial não chega a 40% (Foto: SXC)

A crise econômica internacional deixou 13 milhões de mulheres sem emprego, segundo o relatório Tendências Mundiais de Emprego das Mulheres 2012, divulgado nesta terça-feira (11) pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Segundo o documento, há cerca de 29 milhões de pessoas desempregadas no mundo e estima-se que outras 2,5 milhões entrem nessa situação em 2013.

De acordo com o relatório, entre 2002 e 2007 (período anterior ao desencadeamento da crise econômica), a diferença entre a taxa de desemprego entre mulheres (5,8%) e homens (5,3%) no mundo era de 0,5 ponto percentual. De 2009 a 2012, esse índice subiu para 0,7 ponto percentual, com 6,4% das mulheres desempregadas, contra 5,7% dos homens. No total, há cerca de 1,3 bilhão de mulheres no mercado de trabalho – o equivalente a menos de 40% dos 3,3 bilhões de trabalhadores no mundo.

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A OIT também identificou uma forte migração das mulheres para o setor de serviços, tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento. Nos desenvolvidos, elas saíram da indústria. Nos em desenvolvimento, da agricultura. De acordo com o relatório, os dados da organização apontam que metade das mulheres no mundo trabalham com serviços, um terço na agricultura e um sexto na indústria. Nos países desenvolvidos, cerca de 85% das mulheres estão concentradas nas áreas da Saúde ou da Educação, o que, para a OIT, indica que estão mais limitadas em suas escolhas de emprego.

Segundo o relatório, diversos fatores explicam a disparidade, como maior número de contratos temporários entre as mulheres, diferenças no nível educacional e segregação do mercado de trabalho – o indicador de segregação por setores econômicos mostrou que as mulheres estão mais limitadas em sua escolha de emprego em todos os setores. Outro fator por trás das altas taxas de desemprego entre as mulheres é que elas são mais propensas do que os homens a sair e voltar ao mercado de trabalho devido a questões familiares.

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Sobre a participação da mulher no mercado de trabalho, a organização informa que os índices de desenvolvimento não são suficientes para explicar a disparidade entre alguns países. Na Jordânia, por exemplo, a participação foi a menor identificada em 2012: apenas 16% das mulheres no país trabalham. Na Tanzânia, por outro lado, chega-se a 90%. Os dois extremos são considerados países em desenvolvimento. No Brasil, 60% das mulheres estão no mercado trabalho. A média mundial chega a 39,5%.

 

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