(Folha de S.Paulo) Ela escreveu e encenou uma das primeiras peças teatrais para um grupo exclusivamente formado por negros. Em 1973, durante a ditadura militar, a atriz Thereza Santos em parceria com o sociólogo Eduardo de Oliveira estreou no Teatro do Masp “E, agora, falamos nós”.
A peça foi um dos principais trabalhos da carreira da atriz, que militou no movimento negro por mais de 50 anos.
Carioca, radicada em São Paulo, exilada na África, Thereza Santos também foi filosofa e educadora.
A professora foi filiada ao PCB (Partido Comunista Brasileiro) e integrou o Teatro Experimental do Negro do Rio e, depois, o de São Paulo.
Por sua relação com o PCB, foi presa nos anos 1970. Ao ganhar liberdade, Thereza deixou o Brasil e optou por morar no continente africano. Na época, recusou os convites para se mudar para a então União Soviética
Na África, a atriz participou, como guerrilheira, do movimento de libertação de Guiné-Bissau e de Angola. Lá, trabalhou também como educadora.
Nascida no dia 7 de julho de 1930, Thereza foi também a primeira negra a ser nomeada para o Conselho Estadual da Condição Feminina de São Paulo, nos anos 1980.
Em 2008, ela publicou o livro “Malunga Thereza Santos – A História da Vida de uma Guerreira”.
Na madrugada do último dia 19, morreu no Rio, onde vivia há cerca de três anos. Thereza lutava contra um câncer de bexiga e insuficiência renal crônica.
Acesse no site: Thereza Santos (1930-2012) Carioca militante no movimento negro (Folha de S.Paulo – 25/12/2012)