(Folha de S.Paulo/O Estado de S. Paulo) A ativista iraniana Mina Ahadi, diretora da ONG que coordena a campanha em favor de Sakineh Ashtiani, condenada à morte por apedrejamento, declarou que o apoio do presidente Lula é importante, mas demorou demais. “Lula se diz próximo do presidente [do Irã] Mahmoud Ahmadinejad, a quem chama de irmão, mas jamais falou das violações de direitos humanos”, afirmou Mina.
“O presidente (Lula) da Silva tem uma personalidade muito emotiva e humana, mas provavelmente não tem informação suficiente sobre o caso”, declarou o porta-voz do Ministério do Exterior iraniano, Ramin Mehmanparast, na primeira reação oficial do Irã à proposta feita por Lula.
A oferta de asilo no Brasil feita por Lula no palanque de campanha da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, repercutiu na imprensa local e deu esperanças à família.
A Jahan News, serviço de notícias ultraconservador do Irã que reflete o pensamento do governo, informou, que o apelo de Lula era uma “clara interferência nos assuntos domésticos do Irã” e teria sido feito “sob influência da mídia estrangeira”.
Sakineh, de 43 anos, já levou 99 chibatadas por manter “relacionamento ilícito” com dois homens e foi condenada à morte por apedrejamento pelo crime de adultério. O temor agora é que ela não seja mais apedrejada, mas enforcada.
Acesse essas matérias:
Irã diz que Lula está ‘desinformado’ sobre caso de iraniana condenada (Estadão.com – 03/08/2010)
Defesa de iraniana teme ser tarde para ofertar asilo (Folha de S.Paulo – 03/08/2010)
Apelo de Lula é visto como ‘interferência’ por iranianos (O Estado de S. Paulo – 03/08/2010)
Leia também:
Em defesa de mulheres como Neda e Sakineh, por Azar Nafisi (O Estado de S. Paulo – 01/08/2010)