(G1, 13/01/2015) A farmacêutica que viajou com a italiana Gaia Molinari à praia de Jericoacoara, onde a jovem morreu, foi solta no fim da manhã desta terça-feira (13), após a revogação da prisão temporária pelo juiz José Arnaldo dos Santos Soares, da comarca da região onde ocorreu o assassinato.
Mirian França, 31 anos, deixou a Delegacia de Capturas (Decap), no Centro de Fortaleza, e foi para casa de amigos. O endereço do local onde ela ficará não foi divulgado, por questões de privacidade, segundo a Defensoria Pública. A carioca não pode sair do Ceará por um prazo de 30 dias, segundo decisão do juiz.
Ainda nesta manhã, a jovem foi ao IML para exames e retornou à delegacia. Amigos e representantes de movimentos sociais foram à Decap para prestar apoio a Mirian.
A revogação da prisão foi solicitada pela Defensoria Pública na terça-feira (6) alegando não haver motivos para mantê-la presa.
O caso
Gaia Molinari foi encontrada morta em Jericoacoara no dia 25 de dezembro do ano passado. A polícia realiza investigações sobre o crime. Segundo o laudo da perícia, Gaia foi espancada, teve o rosto e pulsos cortados e morreu por estrangulamento.
O corpo da turista foi enviado à Milão, na Itália, na manhã desta terça. Depois, os restos mortais seguirão para Piacenza, cidade natal da jovem, onde ocorrerá o velório. O corpo deixou a sede da Perícia Forense de Sobral no dia 30 de dezembro e embalsamado em uma funerária em Fortaleza. Pelas redes sociais, a mãe da vítima afirmou que o funeral de Gaia será no sábado (17).
Polícia x Defensoria
A prisão de Mirian França, doutoranda no Instituto de Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) levantou uma campanha de movimentos que consideraram que a estudante foi presa por preconceito racista, além de abrir uma crise entre a polícia e a Defensoria Pública.
Segundo a polícia, a amiga de Gaia foi presa por se contradizer durante o depoimento. Segundo a polícia, elas teriam se conhecido em Fortaleza antes do Natal.
A delegada Patrícia Bezerra afirmou que os horários e datas de passeios da turista não conferem com informações das demais testemunhas. Patrícia diz ainda que, questionada sobre as contradições, ela não soube se explicar.
Para os defensores públicos, não houve contradições. “Nós temos esses depoimentos e essas acareações que a delegada Patricia Bezerra utilizou para justificar a prisão. Essas contradições, conforme a delegada, se deve a pequenos detalhes, a dados periféricos que em nenhum levam a crer que foi ela a responsável por esse fato”, afirmou a defensora Gina Moura.
Gioras Xerez e Marília Cordeiro
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