(Blog do Noblat/Globo Online) O jornalista Geraldinho Vieira assinou texto postado no blog do Noblat divulgando a entrevista virtual que os Jornalistas Amigos da Criança realizaram com os três principais presidenciáveis: Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV). A iniciativa foi da Andi (Agência de Notícias dos Direitos da Infância) -de cujo Conselho Geraldinho é membro- e do Instituto Camargo Corrêa.
“Quem apóia o aborto? Como combater os índices brutais da mortalidade materna? Violência juvenil se combate com mais violência e punição mais rigorosa? O que será do ensino médio? Quando crianças de 4 a 5 anos terão uma pré-escola de verdade? A meta de Dilma, se eleita, é ‘implantar a educação integral em 32 mil escolas até 2014’. Marina, por sua vez, enfatiza que não fala em escola em tempo integral mas promete, se eleita, ‘uma educação integral no conceito amplo de integrar diferentes dimensões do ser humano: afetiva, cognitiva e física’. As candidatas mulheres responderam uma dezena de perguntas sobre como o Estado brasileiro vai cuidar de crianças e adolescentes. Se eleitas… Fosse este um texto com tentações à perversidade, diria que o candidato homem abandonou o lar, não liga para os filhos. É que o candidato homem não participou, não respondeu”, escreve o jornalista.
Charge: Claudius.
“A entrevista virtual (perguntas e respostas por e-mail) foi realizada por nove jornalistas convidados pela ANDI – Agência de Notícias dos Direitos da Infância (ong da qual sou vice presidente) e pela revista Ideal Comunitário – publicação trimestral do Instituto Camargo Corrêa que está em sua décima primeira edição e tem grande prestígio no chamado Terceiro Setor.”
“Os nove repórteres que formularam perguntas (todos de grandes meios nacionais ou regionais – ver adiante) são parte de uma rede – animada pela ANDI e patrocinada pela Petrobras – que há dez anos reconhece profissionais de imprensa como Jornalistas Amigos da Criança (hoje são 346). Em 1997, membros dessa rede entrevistaram o então presidente Fernando Henrique; em 2004 foi a vez de Lula. Sempre entrevistas presenciais, com presidente já em mandato. Desta vez, com os candidatos. Ou melhor, com as candidatas.”
“Então, de volta às mulheres e como elas cuidarão dos filhos do Brasil.
Marina, como se sabe, não faria um aborto, mas pensa que ‘este debate ainda não foi feito com a devida profundidade, por isso proponho um plebiscito para que a discussão seja feita e ampliada’.
Dilma, como também se sabe, coloca-se igualmente contrária ao aborto. Ela é favorável à manutenção da legislação atual: ‘Entendo que o aborto deve ser tratado pelo Estado como questão de saúde pública, garantindo proteção à saúde da mulher’.
Como a quase totalidade da chamada ‘mortalidade materna’ poderia ser evitada (mas está crescendo), está mesmo na hora do Brasil encarar o problema com maior efetividade. Marina quer o Programa Saúde da Família e os agentes comunitários de saúde trabalhando na identificação precoce da gravidez ‘para que as grávidas possam ter acompanhamento desde os primeiros dias da gestação’. E defende o ‘parto natural, com humanização, e investimento em casas de parto e apoio às parteiras tradicionais’.
Dilma quer ‘dar continuidade à Política Nacional de Planejamento Familiar executada pelo Ministério da Saúde’, mas assume que os partidos da coligação não tem uma reflexão concluída sobre o combate à mortalidade materna.”
Nota do autor: Participaram da entrevista os Jornalistas Amigos da Criança: Gabriel Grossi (revista Nova Escola – editora Abril), Henriqueta Santiago (Correio da Paraíba), Antônio Góis (Folha de S. Paulo), Ana Célia Ossame (A Crítica, do Amazonas), Daniela Arbex (Tribuna de Minas), Marcelo Canellas (Rede Globo de Televisão), Eugênio Esber (revista Amanhã), Eliane Brum (revista Época online) e Aureliano Biancarelli (jornalista free lancer).
Leia esse post em pdf: Se eleitas…, por Geraldinho Ferreira (Blog do Noblat – 19/09/2010)
Acesse o suplemento com a entrevista na íntegra: Suplemento Especial Eleições (Ideal Comunitário – 17/09/2010)
