(R7, 13/10/2015) Processo consiste em mutilar os peitos com pedras, martelos e espátulas aquecidas
Conhecido como “achatamento de seios”, o ritual feito por mulheres no Continente Africano com o objetivo de retardar o desenvolvimento do corpo das jovens, com o objetivo de protegê-las de estupro e assédio sexual, afeta cerca de 3,8 milhões de meninas, de acordo com informações de um relatório recente da ONU.
O processo consiste em utilizar pedras, martelos e espátulas que, depois de serem aquecidas no fogo, são usadas para diminuir e mutilar os seios das jovens. A intenção é fazer as garotas parecerem “menos femininas”. As mães das meninas acreditam que, se suas filhas permanecerem com aparência de crianças, vão evitar a atenção dos homens e a gravidez antes do casamento. As informações são do Daily Mail.
Trata-se de uma prática comum em Camarões, Nigéria e África do Sul. Segundo dados do Departamento de Serviços de Saúde Pública, a mãe das garotas é a responsável pelo processo em 58% dos casos. Com isso, elas esperam que as filhas consigam estudar por mais tempo antes de serem consideradas “prontas para o casamento”.
Os procedimentos costumam ser feitos em meninas de 11 a 15 anos. No entanto, assim como a mutilação genital feminina, outro procedimento comum em alguns países da África, o “achatamento dos seios” é considerado apenas mais uma forma de abuso.
A escritora somali Leyla Hussein, em entrevista ao jornal Cosmopolitan, afirmou que o processo de supressão dos seios pode levar de poucos dias a até semanas. Ela, que já foi submetida à mutilação genital feminina, acredita que é um “absurdo” os corpos das mulheres não serem “considerados seguros em seus estados naturais”.
— As palavras “cultura”, “tradição” ou “religião” podem aparecer para tentar explicar esta prática absurdamente prejudicial, mas, como no caso da mutilação genital feminina, tratam-se apenas de desculpas veladas.
O processo de supressão das mamas expõe as meninas a inúmeros problemas de saúde, como câncer, abcessos, coceira e vazamento de leite, infecção e assimetria dos seios.
As meninas também são mais propensas a manifestar cistos mamários, febre grave, danos nos tecidos e até mesmo o desaparecimento completo de um ou ambos os seios.
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