(G1, 28/10/2015) Duas mulheres também são suspeitas do crime, mas não foram localizadas. Delegado diz que há elementos para indiciamento por injúria racial, em GO.
Um homem de 47 anos confessou, em depoimento à Polícia Civil, que fez comentários racistas sobre a modelo e também frentista Tainara de Jesus Santos, de 19 anos, após ela vencer um concurso de beleza em Jataí, no sudoeste de Goiás. Duas outras pessoas já foram identificadas suspeitas de cometer o mesmo crime, mas ainda não foram localizadas. As postagens ofensivas foram feitas em uma rede social.
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O delegado responsável pelo caso, Caio Pereira, explicou que o homem chamou a jovem de “macaca” em uma mensagem. O investigador explicou que já existem provas suficientes para indiciar os suspeitos pelo crime de injúria racial, que prevê pena de até 3 anos de prisão.
“As declarações foram feitas pelas próprias pessoas e, imediatamente, outras tiraram cópias através dos celulares dessas manifestações. Então, fica muito difícil para a pessoa negar a autoria”, explicou.
O inquérito segue em andamento e o delegado busca localizar as outras suspeitas.
Ofensas
As ofensas foram feitas em aplicativos de mensagens de celulares após o primeiro desfile da jovem. Depois do evento, as fotos da modelo com a faixa de vencedora foram divulgadas nas redes sociais, quando começaram as postagens racistas. Em uma delas, uma pessoa diz: “Não gosto dessa raça e pronto. Preto e pobre só dá desgosto”.
Tainara conta que ficou muito abalada com o conteúdo das mensagens. “Não tenho palavras para me defender, não tenho o que falar. Eu fico indignada, porque não tem lógica. Se fosse alguém que tivesse me contato, eu não tinha acreditado”, desabafou.
Apesar disso, a modelo explica que seguirá em frente na carreira. “Eu levanto minha cabeça e bato no peito, sou negra sim, sou preta com muito orgulho”, disse.
Outro modelo que participou do concurso como convidado também foi vítima dos comentários racistas. “Tenho vergonha de sair na rua, das pessoas associarem minha imagem com um macaco, ficar lembrando. É complicado, porque todo lugar que a gente vai tem uma pessoa para parar e perguntar”, contou Jeferson Henrique Santos.
Acesse no site de origem: Homem confessa racismo contra modelo após concurso, diz polícia (G1, 28/10/2015)