(Observatório da Imprensa) O mito de que o jornalista é um personagem indispensável à democracia
“Um dos principais legados das grandes indústrias da comunicação é o mito de que o jornalista é um personagem indispensável à democracia. Entre outras coisas, este mito justifica o corolário de que sem as empresas jornalísticas também não existe democracia. E aí que está a justificação do poder assumido pelos donos de impérios da comunicação”, escreve o jornalista e professor Carlos Castilho.
A notícia deixou de ser monopólio dos profissionais e das empresas jornalísticas
A mudança de paradigmas na informação, provocada pela internet e pela informática, mostrou que os jornalistas não são hoje nem mais e nem menos relevantes para a democracia do que os cidadãos comuns. A notícia deixou de ser monopólio dos profissionais e das empresas jornalísticas. Ela chega hoje às pessoas por circuitos que não passam pelas indústrias da comunicação.
Mas isso não quer dizer que o jornalista se tornou descartável e desnecessário
A profissão está tendo que se adaptar ao novo contexto das ferramentas digitais na comunicação. O jornalista não é mais o certificador de credibilidades, mas o profissional que pode mostrar aos consumidores de informação como chegar à confiar em notícias.
A revolução tecnológica democratizou a informação
Também não se pode mais jogar nas costas do jornalista toda a responsabilidade pelo patrulhamento das autoridades e do governo. Hoje o conjunto dos cidadãos numa comunidade tem um poder de produzir e circular informações muito maior do que o dos repórteres e editores. A revolução tecnológica democratizou a informação e isso faz com que os leitores de jornais também tenham responsabilidades informativas.
Jornalismo investigativo – investigar tornou-se tão essencial quanto saber se algo é confiável ou não
Uma das funções novas de repórteres e editores, mas que não é tão nova assim, é a da investigação jornalística. Na indústria da notícia, a produção de material voltado para atrair pupilas e vender anúncios atropelou a investigação ao privilegiar a produção em série de informações. Mas agora, na era da avalancha informativa, investigar tornou-se tão essencial quanto saber se algo é confiável ou não.
Leia o artigo na íntegra: Mudanças no jornalismo aumentam responsabilidades dos leitores, por Carlos Castilho (Observatório da Imprensa – 29/01/2011)