(UOL, 11/04/2016) As mulheres continuam a encontrar “dificuldades significantes” para ter acesso ao aborto na Itália, onde a medida é legal desde o final dos anos 1970, apontou um parecer do Conselho Europeu divulgado nesta segunda-feira, dia 11.
Como resultado, o organismo acredita que a Itália esteja violando os direitos das mulheres de ter acesso a serviços de Saúde.
Ainda segundo o Conselho, os médicos que não vêem problemas em realizar os abortos sofrem discriminação no país, que é muito religioso.
Esses profissionais são vítimas de “vários tipos de desvantagens trabalhistas de forma direta e indireta” em termos de oportunidades de carreira, distribuição de cargos, carga horária, etc.
Segundo dados do próprio governo italiano, sete em cada dez ginecologistas se negam a realizar o procedimento. Em algumas regiões do país, a cifra chega a 90% dos profissionais.
Desta forma, nos últimos anos cresceu o número de mulheres no país que são obrigadas a apelar a clínicas ilegais, sendo sujeitas a multa, ou a viajar para outros países para realizar o procedimento.
Desde de 1978, o aborto é permitido no país desde que a gravidez tenha menos de 90 dias. Os médicos, no entanto, têm o direito de se negar a realizar a medida, alegando objeção consciente. A denúncia foi feita ao Conselho Europeu pelo maior sindicato italiano, a Confederação Geral Italiana do Trabalho (Cgil).
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