(Último Segundo) Para combater o baixo índice de mulheres em profissões que requerem mais ousadia e inovação, a Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM) pretende qualificar 500 mil professores sobre gênero e diversidade até 2014. De acordo com reportagem da Agência Brasil, o programa será coordenado pelo Ministério da Educação.
A ministra Iriny Lopes, da SPM, ressaltou que a decisão tem o intuito de iniciar uma mudança cultural a longo prazo, com reflexos na condição da mulher no mercado de trabalho. Um exemplo dado pela ministra é a ausência de meninas nas Olimpíadas de Matemática. “Elas são direcionadas para outros focos, que não a matemática, que é uma ciência exata, mãe da engenharia, da física, da química e outros espaços científicos, nos quais predominam os homens.”
Para Iriny Lopes, esse direcionamento é feito pela família e pela escola. “As meninas vão, aos poucos, migrando para as áreas de assistência social, educação. Tudo que trata da área de cuidar do outro. Ficam com os meninos as áreas de mais ousadia e inovação. Isso é parte da explicação do porquê temos tão poucas mulheres cientistas”, afirmou a ministra.
Um caso emblemático foi o lançamento, em 1968, da boneca Barbie que falava: “eu odeio matemática”.
“Sem uma mudança de cultura, não adianta ter Lei Maria da Penha cumprida integralmente, não adianta ter equidade de gênero cumprida integralmente, se não se prepara as futuras gerações para outras posturas. Quando falamos em escola, não queremos falar somente em vagas para mulheres estudarem, até porque hoje temos a maioria de mulheres com maior tempo de estudos do que os homens”, destacou a ministra.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2009, as mulheres ocupadas ganham em média 70,7% do que recebem os homens. Com 12 anos ou mais de estudo, o rendimento delas é 58% dos deles.
Veja a matéria completa: Discriminação tira mulheres de áreas exatas e preocupa governo (Último Segundo – 09/03/2011)