(Folha de S.Paulo) A procuradora de Justiça do Ministério Público de São Paulo, Luiza Nagib Eluf, assina artigo sobre a repressão sofrida pelas mulheres sob as leis do islamismo. Leia abaixo, trechos da entrevista:
“Assistimos à derrubada da ditadura egípcia e aos movimentos revolucionários na Líbia, Iêmen, Bahrein e em outros países do Oriente, onde as populações clamam por democracia; o restante do mundo assiste ao desenrolar dos fatos formulando as mais variadas análises.”
Mulheres invisíveis
“O que é uma mulher no islã? Sobre isso, os articulistas brasileiros pouco têm falado. Alguns estudiosos do Oriente Médio, chamados a escrever para jornais ou para opinar na TV, simplesmente desconsideram o problema das mulheres. Não as enxergam. Falam em futuro promissor, em democracia, mas esquecem os direitos humanos que a antecedem.”
“Acharão normal que, passada a revolução e atingido o objetivo de derrubar ditadores, as mulheres voltem para casa e se recolham ao cárcere domiciliar? A condição de mais da metade da população não faz parte da história que certos intelectuais pretendem contar.”
Direitos humanos são universais
“Definitivamente, mulheres não conseguem ser felizes na condição análoga à de escrava.
A mulher no islã não tem direitos sexuais. Muitas são submetidas à mutilação genital. Tampouco tem direitos patrimoniais, intelectuais ou mesmo de livre locomoção. Não podem dirigir veículo. Não podem mostrar os cabelos, não podem usar roupas que realcem as formas do corpo e são obrigadas a cobrir-se da cabeça aos pés para sair às ruas.”
“A revolução “democrática”, seja no Egito, seja na Líbia ou em qualquer outro país majoritariamente islâmico, corre o risco de não contemplar a mulher, deixando de assegurar a igualdade de direitos. E não pode haver democracia com burca.”
Veja esse artigo na íntegra: Não há democracia com burca, por Luiza Nagib Eluf (Folha de S.Paulo – 27/03/2011)