Mulheres negras de várias regiões da cidade e indígenas das aldeias do Jaraguá e Parelheiros denunciam as múltiplas formas de violência machista, racista e de classe que enfrentam cotidianamente, e defendem o Bem Viver. Ato acontece no Dia de Tereza de Benguela e da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, e vai da Praça Roosevelt ao Largo do Paissandu.
(Agência Patrícia Galvão, 20/07/2017) Na próxima terça-feira, 25 de julho, a Marcha das Mulheres Negras de São Paulo realizará o ato “Mulheres Negras e Indígenas por nós, por todas nós, pelo bem viver”. A manifestação acontece no Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e Dia Nacional de Tereza de Benguela – liderança quilombola reconhecida no Brasil por meio da Lei Federal 12.987/2004. Uma data que une mulheres negras internacionalmente no enfrentamento a todas as opressões sofridas e pelo objetivo de superá-las.
As mulheres, em especial as negras, sempre foram protagonistas dos movimentos por saúde, habitação, educação – que conquistaram o SUS, os mutirões habitacionais, as lei 10.639/03 e 11.645/2008, e, recentemente, as cotas raciais na Unicamp e USP, entre outros direitos historicamente sonegados. Mas a violência, racismo e machismo perenes na sociedade brasileira desde a sua fundação sob o modelo escravista de produção ainda fazem com que as mulheres negras e indígenas vivam uma realidade de desigualdades e discriminações em todos os aspectos da vida. E, no último período, a intensificação das violações decorrentes da atuação em defesa de direitos, como se evidencia nos recorrentes assassinatos de lideranças quilombolas e indígenas.
A articulação de diversas redes de mulheres negras em nível nacional levou à Marcha das Mulheres Negras contra o racismo, o machismo, a violência e pelo Bem Viver, em 2015. Pela primeira vez na história do Brasil, 50 mil mulheres ocuparam as ruas de Brasília para cobrar políticas públicas e reparação pelas desigualdades estruturais enfrentadas. As demandas prioritárias das 49 milhões de pretas e pardas brasileiras foram consolidadas na Carta das Mulheres Negras 2015.
O coletivo autônomo e independente Marcha das Mulheres Negras de São Paulo ajudou a construir a Marcha em 2015, e organizou no ano passado a primeira marcha pelo 25 de Julho na cidade de São Paulo, que levou mais de três mil mulheres às ruas do Centro.
“No momento em que o Brasil atravessa uma grave crise política, com o desmantelamento de políticas públicas duramente conquistadas, com desmandos por parte de governos elitistas e conservadores, nós negras de São Paulo trazemos para toda a sociedade questões que nos afetam diretamente e que queremos ver enfrentadas por todas as pessoas que acreditam num novo projeto de nação”, afirma o manifesto do ato.
O ato contará com as presenças do grupo Ilú Obá De Min, da DJ Luana Hansen, Mc Soffia, e diversas intervenções artísticas durante toda a marcha.
Serviço:
Dia: 25/07/2017 (terça-feira)
Concentração: às 17h00 – Praça Roosevelt
Encerramento: Largo do Paissandu
Contatos para mais informações:
Alê Almeida – [email protected] – (11) 99259.8052
Andréia Alves – [email protected] – (11) 99141.7865
Juliana Gonçalves – [email protected] – (11) 98525.9387
Luciana Araújo – [email protected] – (11) 97619.9076
Mara Minassian – [email protected] – (11) 99816.8218
Nilza Iraci – [email protected] – (11) 99584.0637