O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) realizou nesta semana em Salvador (BA) o “Seminário Internacional Infância em Tempos de Zika”, que tratou de questões de prevenção, cuidado e garantia de direitos de crianças, mulheres e famílias afetadas pelo vírus.
(ONU Brasil, 09/08/2017 – acesse no site de origem)
O seminário teve como objetivo compartilhar experiências, desafios e boas práticas entre Brasil, países latino-americanos, caribenhos e africanos no contexto do vírus zika. A iniciativa foi parte da Feira Soluções para a Saúde – Zika, organizada pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) para debater soluções para as arboviroses que acometem o Brasil.
O evento reuniu mães de crianças acometidas pela síndrome congênita do zika e outras deficiências, além de gestores públicos, profissionais de saúde e especialistas nacionais e internacionais. Foram realizados painéis e debates, além de oficinas de estímulo para crianças com alterações de desenvolvimento. Foi apresentado também um kit multissensorial desenvolvido pelo UNICEF.
“O seminário internacional é uma oportunidade única para se pensar e se propor uma agenda afirmativa de inclusão e de garantia dos direitos para todas as crianças com deficiência e suas famílias”, disse Cristina Albuquerque, chefe de Saúde, HIV/Aids e Desenvolvimento Infantil do UNICEF no Brasil.
O trabalho do UNICEF na resposta brasileira ao zika
Em 2015, o início da epidemia do vírus zika no país revelou grandes desafios para as políticas de saúde, educação e assistência social, em especial, para garantir os direitos das famílias e das crianças em situação de maior vulnerabilidade.
Além disso, colocou, no centro do debate, questões relativas às pessoas com deficiência, considerando que as mesmas continuam a enfrentar barreiras no acesso às políticas públicas.
A infecção pelo vírus zika deixou sequelas irreversíveis de longo prazo nas crianças, nos adolescentes e nas famílias mais vulneráveis no Brasil e na região que engloba o Caribe e a América Latina. Só no Brasil, foram 2.753 casos confirmados desde o início da epidemia.
Trabalhando com o governo em diferentes níveis, o UNICEF participou ativamente da resposta brasileira à epidemia contribuindo para a articulação e promoção de políticas públicas intersetoriais de combate ao vetor, nos municípios do Semiárido e da Amazônia, e no cuidado e apoio às crianças e às famílias, com a implementação do projeto Redes de Inclusão em dois municípios, Campina Grande (PB) e Recife (PE).
Atualmente, o UNICEF foca seu trabalho na conclusão e validação de todo o material e das metodologias do programa Redes de Inclusão, sua principal ação de resposta ao vírus zika no Brasil. Em parceria como Ministério da Saúde, o material e as metodologias serão disseminadas em Estados e municípios priorizados.