Número de mulheres de 14 a 29 anos que não estudam por causa de afazeres domésticos é 30 vezes maior que o de homens

21 de dezembro, 2017

Levantamento do IBGE mostra razões pelas quais jovens param de estudar.

(G1, 21/12/2017 – acesse no site de origem)

De acordo com pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 24,8 milhões de brasileiros de 14 a 29 anos, em 2016, não frequentavam escola, cursos técnicos ou de qualificação profissional, aulas preparatórias para o vestibular e, no caso dos mais velhos, universidade. O levantamento foi feito por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD).

Para 26,1% das mulheres nessa situação, o principal motivo que as afastou dos estudos foi a necessidade de cuidar de afazeres domésticos ou de uma criança, idoso ou pessoa com deficiência. Entre os homens, essa parcela é 32 vezes menor: apenas 0,8% deles deixaram de frequentar instituições de ensino por causa da casa ou da família.

No Norte e Nordeste, a parcela de mulheres que apontam as tarefas domésticas como motivo principal para interrupção dos estudos é ainda maior que a média nacional: 29,9% e 36,4%, respectivamente. Foram as únicas regiões do Brasil em que essa razão foi mais mencionada que argumentos relacionados ao trabalho.

Veja, a seguir, os principais motivos mencionados por homens e mulheres para justificarem o fato de não estarem estudando:

NÃO FREQUENTA A ESCOLA OU CURSO SUPERIOR, PRINCIPALMENTE PORQUE:

HOMENS

  1. Trabalha ou está procurando emprego: 50,5%
  2. Não tem interesse: 24,1
  3. Já concluiu o estudo que desejava: 8,2
  4. Não tem dinheiro para pagar material, transporte ou mensalidade: 6,9%
  5. Gravidez ou problema de saúde/deficiência: 2,6%
  6. Não consegue vaga na escola ou no curso, ou mora longe: 2,3%
  7. Estuda para concurso ou vestibular por conta própria: 1,9
  8. Precisa cuidar de afazeres domésticos ou de criança/idoso/pessoa com deficiência: 0,8%

MULHERES

  1. Trabalha ou tá procurando emprego: 30,5%
  2. Precisa cuidar de afazeres domésticos ou de criança/idoso/pessoa com deficiência: 26,1%
  3. Não tem interesse: 14,9%
  4. Não tem dinheiro para pagar material, transporte ou mensalidade: 8,8%
  5. Já concluiu o estudo que desejava: 7,8%
  6. Gravidez ou problema de saúde/deficiência: 4,2%
  7. Não consegue vaga na escola ou no curso, ou mora longe: 3%
  8. Estuda para concurso ou vestibular por conta própria: 2,3%

Grau de formação e tarefas domésticas

Considerando o critério de formação escolar, independentemente do sexo, percebe-se que as pessoas que estudaram menos têm uma tendência maior a abandonar as instituições de ensino para se dedicar à casa e à família.

Entre as que não concluíram o ensino fundamental, o índice foi de 17,2%. Já entre as que concluíram o ensino médio, de 9%.

Falta de interesse

A falta de interesse em prosseguir estudando é maior quando a pessoa tem um grau de formação menor. Entre aquelas que completaram o ensino médio ou que interromperam a graduação, o desinteresse é apontado como razão para o abandono das instituições de ensino por 12,4%. Já no grupo das que não terminaram o ensino fundamental, o desânimo para estudar é mencionado por 31,9% dela.

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