Dia Mundial da População: iniciativa da ONU pede garantia de direitos reprodutivos femininos

11 de julho, 2018

Nações Unidas consideram que toda mulher deve ter acesso a contraceptivos modernos e aborto seguro

(O Globo, 11/07/2018 – acesse no site de origem)

Celebrado nesta quarta-feira, 11 de julho, o Dia Mundial da População é uma iniciativa global que concentra esforços para conscientizar sobre a necessidade de garantir direitos reprodutivos para as mulheres, como o acesso a contraceptivos eficazes, ao aborto seguro e a orientações sobre planejamento familiar. Estima-se que 214 milhões de mulheres nos países em desenvolvimento, como o Brasil, não tenham acesso a contraceptivos modernos, por exemplo.

A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1989, e a cada ano traz diferentes debates que envolvem o forte ritmo de crescimento da população mundial. Aquele 11 de julho de 1989 foi escolhido para marcar o tema porque foi nessa data, segundo estimativas, que o planeta chegou aos seus 5 bilhões de habitantes.

Hoje, menos de 30 anos depois, já são 7,6 bilhões de pessoas no mundo. Até meados deste século, a previsão é de que a população mundial chegue a quase 10 bilhões.

A cada ano, as Nações Unidas escolhem um foco. O deste ano, sobre saúde reprodutiva feminina, foi escolhido porque em 2018 faz 50 anos que o planejamento familiar ganhou reconhecimento de direito humano. Por isso, o slogan da campanha deste ano é “Planejamento Familiar é um Direito Humano”.

Um dos objetivos é conscientizar sobre o mal que faz á saúde da mulher ter muitos filhos em sequência, com intervalo pequeno de um para o outro. Isso está relatado em pesquisas médicas, destaca a ONU.

Ainda segundo a organização, quase metade dos cerca de 56 milhões de abortos realizados anualmente em todo o mundo é feita de modo inseguro. Isso leva à morte de pelo menos 22.800 mulheres todos os anos, devido a uma combinação de falta de acesso à contracepção, leis rígidas sobre o aborto e um forte estigma em torno das interrupções de gravidez.

As Nações Unidas consideram que esses fatores estão na origem de um índice alarmante: 95% dos nascimentos de filhos de meninas adolescentes, em todo o mundo, ocorrem em países em desenvolvimento.

BRASIL SE PREPARA PARA DISCUTIR LEGALIZAÇÃO DO ABORTO

No Brasil, o direito ao aborto é dado, legalmente, apenas em três casos: risco de vida para a mulher, estupro ou feto com anencefalia.

No entanto, um estudo do Ministério da Saúde que cruza dados sobre casos de estupro notificados com dados de nascidos vivos mostra que, entre 2011 e 2016, 10.814 bebês nasceram de mães com notificação de estupro, sendo 3.276 delas com idades entre 10 e 14 anos, e 7.538 com idades entre 15 e 19.

No dia 3 de agosto, haverá uma audiência pública no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a possibilidade de o Brasil adotar o aborto até a 12ª semana de gestação como uma prática legal.

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