Colégios de elite incluem temas ligados à história afro-brasileira e diversidade em suas grades, mas carecem de programas de inclusão racial dentro da sala de aula
(El País | 22/06/2020 | Por Marina Rossi)
“Tem. Mas são poucos”. É assim que diretores de colégios de elite de São Paulo respondem à pergunta sobre a quantidade de alunos e professores negros na instituição. Enquanto as redes sociais explodem de hashtags contra o racismo, no rastro dos protestos antirracista nos Estados Unidos e também no Brasil das últimas semanas, nas escolas onde estudam os filhos da parcela mais rica do país esse movimento ainda tem pouco eco. “Temos professores negros, mas não é grande o percentual”, admite Luciana Fevorini, diretora do colégio Equipe, na zona oeste de São Paulo, reconhecida por seu perfil progressista. “Isso nunca foi critério de seleção, mas talvez agora tenha que ser”, reconhece. Ela também admite não saber quantos são os alunos negros na escola, cuja mensalidade varia em torno de 2.500 reais, e que não há uma política ampla de concessão de bolsas de estudo.