60 organizações cobram que as Nações Unidas e a OEA declarem o país como não seguro para a população LGBTQIA+ caso os crimes continuem. Brasil é o que mais mata trans no mundo.
(G1 | 14/07/2021 | Por Redação)
Um grupo de 60 associações de defesa dos direitos de pessoas trans de 22 países denunciou os assassinatos dessa população no Brasil à Organização das Nações Unidas (ONU).
Em carta divulgada nesta quarta-feira (14), as organizações citam “a extrema violência generalizada”, a impunidade e a falta de medidas por parte do governo para erradicar esses problemas.
Há uma semana, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), que também assina a carta, informou que ao menos 80 pessoas trans foram mortas no Brasil no 1º semestre deste ano. Em 2020, foram 175, um recorde desde quando a entidade começou a contabilizar esses crimes, em 2017.
Com isso, o Brasil manteve a posição de país que mais mata trans no mundo, à frente de México e Estados Unidos, segundo a ONG Transgender Europe (TGEU), que monitora 71 países.
Na carta, as 60 organizações pedem que o Secretário-Geral das Nações Unidas e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos e a Organização dos Estados Americanos (OEA) intercedam junto ao governo brasileiro para que sejam integrados na aplicação e na interpretação da legislação interna os tratados internacionais sobre direitos humanos com relação a identidade de gênero e os Princípios de Yogyakarta.