Antes, as mulheres viam que era um ciclo de impunidade: demoravam muito a denunciar e, quando o faziam, não acontecia nada com o agressor. O caso se resolvia com doação de cesta básica ou uma retratação. Um desestímulo.
(Estadão | 07/08/2021 | Por Marixa Fabiano Rodrigues*, em depoimento a Aline Reskalla)
Sou magistrada há 21 anos, e o que mais me doía no exercício da profissão, antes da Lei Maria da Penha, era ficar de mãos e pés atados, não poder fazer nada por aquela mulher que chegava agredida e ferida no Fórum.
Elas viam que era um ciclo de impunidade: demoravam muito a denunciar e, quando o faziam, não acontecia nada com o agressor. O caso se resolvia com doação de cesta básica ou uma retratação. Um desestímulo.