Nesta quinta-feira (21), é celebrado o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial. Quando falamos em direitos de crianças e adolescentes, a questão racial sempre aparece, pois infelizmente os negros ainda são as maiores vítimas de muitas das violações, como trabalho infantil, evasão escolar e assassinatos.
(Emais, 21/03/2019 – acesse no site de origem)
Em fase peculiar de desenvolvimento, crianças e adolescentes se tornam ainda mais vulneráveis, dentro de uma desigualdade que já existe simplesmente pela cor da pele. Enquanto no Brasil 27% da população vive em situação de pobreza, o número salta para 40%, no recorte das pessoas entre 0 e 14 anos. As crianças têm duas vezes mais probabilidade de viver na extrema pobreza do que os adultos.
No caso do trabalho infantil, mais de 60% das crianças e adolescentes explorados são negros. O Atlas da Violência 2018 revelou o que chamamos de genocídio da juventude negra. O risco de um jovem negro ser vítima de homicídio no Brasil é quase três vezes maior que o de um jovem branco. Além disso, 76,2% das vítimas mortas em decorrência da intervenções policiais entre 2015 e 2016 são negras.
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O olhar da sociedade está acostumado a encontrar os negros em condições de vulnerabilidade, mas isso precisa mudar. É preciso firmar um compromisso antirracista, incluindo os brancos no debate. O ciclo da pobreza e todas as dificuldades impostas dificultam o acesso dos negros ao estudo e ao trabalho decente.
O racismo institucional afasta os negros da política, de postos de decisão, das universidades e de profissões historicamente ocupadas por brancos. Também dita o que é “lugar de branco e lugar de negro”. Ontem, 120 alunos de escolas da zona rural de Guaratinguetá (São Paulo) enfrentaram dificuldades para ver uma exposição no Shopping JK Iguatemi.