(Portal Terra, 14/05/2015) Elas procedem de vários países e possuem diversas culturas, idiomas, idades e crenças, mas as mil participantes da Global Summit of Women têm algo em comum: todas são mulheres e dirigentes.
Conhecida como o “Davos das mulheres”, a Cúpula reúne a partir desta quinta-feira em São Paulo 30 ministras, 45 diretoras executivas e centenas de diretoras de empresas de quatro continentes que olham para o topo da pirâmide laboral, onde os postos de comando são ocupados geralmente pelos homens.
“Nossa meta não é só ser a base da economia. É sermos líderes”, ressaltou a presidente da Global Summit of Women, a filipina Irene Natividad, na abertura da Cúpula, que há 25 organiza encontros no mundo todo.
Da mesma forma que no Fórum de Davos, políticas de primeiro nível, diretoras de empresas e empreendedoras discutem algumas das preocupações mundiais e intercambiam experiências para melhorar a direção das companhias e da economia.
Mas ao contrário do Fórum suíço, o Global Summit of Women desliza sobre a agenda um debate que preocupa sobretudo as mulheres: são necessárias as cotas dentro dos conselhos de administração? É possível estabelecer uma verdadeira conciliação entre a família e o trabalho?
É que apesar do aumento da presença feminina e da redução da lacuna de desigualdade, as mulheres ainda são minoria na primeira linha da política e da economia, uma situação que, segundo a ministra brasileira da Secretaria de Políticas para a Mulher, Eleonora Menicucci, é o resultado de uma “sociedade patriarcal e machista”.
“Necessitamos romper com essa cultura para que as mulheres possam ter protagonismo”, disse a ministra, que considerou “lamentável” que haja apenas 10,2% de parlamentares no Brasil.
O argumento é partilhado pela presidente de Conciliação Local e Arbitragem da Cidade do México, Darlene Rojas, que chegou ao encontro para se inspirar em ideias “bem-sucedidas” em outros países e incorporá-las ao programa da capital mexicana.
“Apesar de serem adotadas políticas públicas para diminuir a lacuna de desigualdade as mulheres em postos de alta direção, nós continuamos sendo muito poucas”, disse Rojas.
Além da representação política, o fórum também conta com empresárias e diretoras procedentes de cerca de 60 países que buscam um espaço para intercambiar ideias.
Entre elas figura uma delegação espanhola composta por 35 mulheres pertencentes a diferentes setores da economia e que, diferentemente de outros congressos, vêem na Global Summit of Women “a oportunidade de falar”.
“É uma Cúpula de mulheres, mas as experiências obtidas não só vão nos beneficiar, mas vão beneficiar todas as empresas”, disse Gloria Lorenzo, uma das principais diretoras da Oracle, um dos maiores fabricantes de software do mundo.
Lorenzo, da mesma forma que outras companheiras da delegação espanhola, considera que a crise econômica na Europa obrigou aos governos a abrir mão de políticas públicas centradas no papel da mulher.
Um retrocesso, segundo algumas das participantes. E como ressaltou a presidente do Global Summit of Women, “o mundo necessita da inovação e da criação da mulher para melhorar o crescimento econômico”.
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