Apesar de ações contra assédio sexual, violência sofrida por elas no Carnaval do Rio ainda é grande.
(Huffpost Brasil, 02/03/2017 – Acesse a matéria na íntegra no site de origem)
Cara, você tá maluco?” A figurinista Helena Tyrell conversava com amigas em um ensaio de pré-Carnaval da Orquestra Voadora no Aterro do Flamengo, zona sul do Rio de Janeiro, quando um rapaz — que nenhuma das meninas conhecia — surgiu na roda e beijou o ombro de uma das garotas. A reação ao assédio sexual foi imediata e contagiou outras mulheres ao redor.
“A gente começou a se colocar pra cima dele e a expulsar ele dali. Outras meninas perto vaiaram o cara. Fiz o que sempre faço em situação dessas: começo a pregar o respeito às pessoas. Essa movimentação começou comigo e duas amigas, e foi muito bonito, várias mulheres e homens em volta também começaram a repudiar o cara, falando alto: ‘Machista sai daqui, isso é assédio. Cara, nenhuma mulher quer isso, ninguém te convidou, ninguém te conhece. Você não tem autorização para fazer isso’. Ele ficou constrangido e saiu de perto.”
Esse tipo de mobilização ante situações de assédio sexual se repetiu durante o Carnaval carioca. De maneira espontânea, folionas reagiram contra assediadores em apoio a vítimas.
No entanto, apesar da rede de proteção, a violência contra a mulher ainda é grande — registros da Polícia Militar apontam que a cada 3 minutos uma mulher foi agredida durante o Carnaval do Rio de Janeiro.