(Correio da Paraíba, 28/08/2015) Nos últimos cinco anos (de 2011 a 2015) a Paraíba registrou 17.556 curetagens no Sistema Único de Saúde (SUS) recorrentes de abortos. Uma média de 3.511 procedimentos por ano, sendo que até junho de 2015 já foram 1.496, ou seja, 6,2 abortos por dia somente esse ano. O que preocupa dentro desses dados do DataSus é que parte desses procedimentos abortivos acaba sendo realizada de forma clandestina.
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Escolher clínicas clandestinas ou formas ‘caseiras’ de provocar um aborto traz diversos perigos para a saúde da mulher e, pior, pode levá-la até a morte. O alerta é do obstetra e coordenador do Centro de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência Sexual do Instituto Cândida Vargas, Walmont Varandas. Ele explicou os riscos que esse procedimento feito de forma inadequada pode trazer.
“A mulher pode apresentar infecção pós-aborto, no útero, hemorragia e até esterilidade. E, se não atendida a tempo, existe alto risco de morte”, alertou.
Walmont comentou que é difícil identificar os abortos clandestinos. “Quem faz aborto acha que foi necessário fazer. A maioria usa medicamento para interromper a gravidez. Quando recebemos no hospital pacientes com consequências de saúde, não temos como identificar a causa”, disse.
O médico alerta, ainda, que a melhor maneira de se evitar o aborto é a prevenção da gravidez. “Não julgamos as mulheres. A legalização precisa ser muito estudada. Não tenho opinião formada sobre esse assunto”, falou.
Bruna Vieira e Nice Almeida
Acesse no site de origem: 17,5 mil abortos e um alerta: procedimento clandestino pode levar mulheres à morte (Correio da Paraíba, 28/08/2015)